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Além de Maduro, Lula se afastou também de Daniel Ortega, da Nicarágua – Política – CartaCapital

As presenças solitárias dos presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega, na posse de Nicolás Maduro expõem o isolamento com que o venezuelano iniciou seu terceiro mandato no Palácio de Miraflores, nesta sexta-feira 10. Principal líder da região, Lula (PT) mandou apenas a embaixadora brasileira em Caracas à cerimônia.

Maduro tomou posse no pior estágio de sua relação com Lula, um contraste com os laços que o petista e Hugo Chávez estabeleceram no início do século XXI. Em mais um sinal de estranhamento com governos de esquerda na região, o presidente brasileiro se afastou por completo de Ortega.

O ponto alto da tensão veio em agosto de 2024, quando Ortega decidiu expulsar o então embaixador brasileiro em Manágua, Breno de Souza, depois que ele não compareceu à festa dos 45 anos da Revolução Sandinista. Em reação, Lula ordenou a remoção da representante da Nicarágua em Brasília, Fulvia Patricia Castro — que logo se tornaria ministra na Nicarágua.

As discordâncias entre Lula e Ortega, contudo, já vinham se intensificando. Em 2023, o brasileiro uniu-se à pressão internacional contra a repressão do governo nicaraguense à Igreja Católica, exigindo a libertação do bispo Dom Rolando José Álvarez, condenado a 26 anos de prisão por “traição à pátria”. Na ocasião, Lula relatou ter tentado mediar o conflito: “Falei com o Papa e ele me pediu para ligar para Ortega sobre um bispo preso. Ele não atendeu e nunca mais quis conversar comigo. Achei uma bobagem.”

Ainda naquele ano, o Brasil protestou no Conselho de Direitos Humanos da ONU contra a decisão de Ortega de retirar a nacionalidade de mais de 300 pessoas, incluindo jornalistas, escritores e opositores.

A situação entre Lula e Maduro não é menos delicada. Mais de cinco meses após a eleição venezuelana, o presidente brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro, alegando a ausência de atas eleitorais, documentos que detalham os resultados em cada seção de votação. A postura do Brasil, alinhada a uma maior cautela internacional, tensionou ainda mais as relações com a Nicarágua.

Passados mais de cinco meses desde a eleição venezuelana, Lula ainda não reconheceu a vitória de Maduro, apesar de o Tribunal Supremo de Justiça ter validado o resultado. Motivo: Caracas não divulgou as atas, documentos que exibem os resultados em cada mesa de votação de cada seção eleitoral.

A postura do governo brasileiro em relação ao chavismo azedou ainda mais o clima com a Nicarágua.

Em 26 de agosto de 2024, menos de um mês após a eleição venezuelana, Ortega disparou contra Lula na cúpula extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da América: “Nesta presidência, você quer se converter em representante dos ianques na América Latina. Por isso rompemos relações com o Brasil”. Na ocasião, ainda fez críticas à política interna brasileira.

Verborrágico, o nicaraguense declarou que seu país não tem a potência econômica do Brasil, mas não abre mão de “dignidade e defesa da soberania”.

Dias depois, em 10 de setembro, o Itamaraty se uniu a outros governos latino-americanos para denunciar o governo de Ortega por deflagrar uma “campanha sistemática de repressão”. A declaração conjunta envolveu, de forma improvável, Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai e Peru. Foi uma reação a um informe das Nações Unidas sobre a violência estatal na Nicarágua.

O grupo acusou Ortega, entre outras práticas, de detenções arbitrárias de opositores, condições desumanas no sistema prisional, perseguição à imprensa, controle sobre o Judiciário e deportação de presos políticos.

Mais de 5,6 mil ONGs tiveram de interromper suas operações na Nicarágua desde os protestos contra o governo em 2018, que, segundo a ONU, deixaram mais de 300 mortos. Do total de organizações fechadas, cerca de 1,25 mil são religiosas, conforme dados da organização exilada Colectivo Nicaragua Nunca Más.

No mais recente desdobramento, registrado na última quarta-feira 8, o governo Ortega fechou a Save the Children International, que trabalhava na Nicarágua desde 2011, e outras 14 organizações.

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