Um inquérito policial que apura um caso de estelionato, tendo como um dos investigados o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) e que envolve a plataforma OLX, pode ser transferido para a Polícia Federal (PF). O parlamentar nega participação no suposto crime.
A investigação, que tramita sob sigilo na Justiça de São Paulo desde dezembro de 2016, foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao foro privilegiado do parlamentar.
De acordo com a Polícia Civil paulista, a vítima, um homem, encontrou um anúncio na OLX de um Ford Ka zero quilômetro, ano 2016, por R$ 29 mil. Ao entrar em contato, o suposto vendedor se apresentou, em momentos diferentes, como “Alceu”, “Márcia” e “Fernando Moreira”.
Após negociações, o comprador transferiu R$ 10,4 mil para a conta informada. No entanto, após o pagamento, os supostos vendedores desapareceram. A vítima, percebendo o golpe, registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Mococa (SP).
Os investigadores identificaram que a conta bancária para a qual o dinheiro foi enviado pertencia a uma mulher chamada “Tainá Cristina”. Também descobriram que a linha telefônica usada no golpe estava registrada no nome do deputado Alceu Moreira.
A polícia, atendendo um pedido do Ministério Público, tentou intimar o parlamentar para prestar depoimento para esclarecer sua participação, mas nunca conseguiu localizá-lo. Os oficiais de Justiça também não obtiveram sucesso em notificá-lo oficialmente. Enquanto isso, a mulher envolvida no suposto crime, que recebeu os valores, foi indiciada.
Foro privilegiado
Diante do possível envolvimento de um deputado federal, o inquérito foi remetido ao STF após a Justiça paulista declinar da competência para julgar o caso. O episódio, agora, está na Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai avaliar se a investigação deve ser arquivada ou conduzida pela Polícia Federal.
O Metrópoles procurou o deputado Alceu Moreira, que ressaltou que “não tem a mínima noção do que se trata” o episódio. A reportagem não conseguiu localizar a OLX, logo que é possível que os criminosos utilizado os dados do parlamentar para cometer golpes.
