As pregações do frei Gilson, sacerdote carmelita que se tornou um fenômeno nas redes sociais com suas transmissões de orações durante a madrugada, se tornaram alvo de um novo embate entre grupos políticos no Brasil.
Enquanto a bancada católica na Câmara dos Deputados e políticos conservadores saíram em defesa do religioso, setores progressistas criticam sua associação com a produtora Brasil Paralelo, conhecida por sua linha editorial conservadora.
O debate ganhou força nos últimos dias, após manifestações da esquerda contra o frei Gilson. Em resposta, a Frente Parlamentar Católica, que reúne 1.932 deputados, divulgou uma nota assinada pelo presidente Luiz Gastão (PSD-CE), na qual afirma que as críticas ao sacerdote representam “um desrespeito à nossa Santa Igreja e a todos os cristãos”.



Frei Gilson, que caiu nas graças do bolsonarismo
Reprodução/Instagram
Frei Gilson
Matheus Veloso/Metrópoles
Frei Gilson
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Frei Gilson
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A nota reforça ainda que a liberdade religiosa é um direito garantido pela Constituição Federal e que sacerdotes e ministros religiosos devem ter o direito de ensinar os princípios da fé sem medo de represálias.
“Seguiremos firmes na defesa do direito de viver e expressar nossa fé”, declarou Gastão.
Bolsonaro, Nikolas Ferreira e ministro de Lula apoiam frei Gilson
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também saíram em defesa do frei Gilson após a repercussão das críticas. Bolsonaro afirmou que o religioso se tornou alvo por sua popularidade.
“A fé cristã nunca se curvou à perseguição e não será diferente agora. Minha solidariedade a ele e a todos que defendem os valores de Deus e da família”, declarou o ex-presidente.


Nikolas Ferreira
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Ex-presidente Jair Bolsonaro
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Nikolas Ferreira, um dos principais expoentes da direita no Congresso, também manifestou apoio ao frei Gilson. Ele reforçou sua identificação com valores cristãos e conservadores.
Um ministro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também saiu em defesa do frei Gilson. André Fufuca (PP), responsável pelo ministério dos Esportes, publicou uma mensagem de apoio ao religioso, destacando que a fé não deve ser motivo de divisão política.
“A religião transcende ideologias e partidos políticos. Criticar a fé ou os religiosos, de qualquer crença, é um desvio do que realmente importa: a busca pela união, pelo amor e pela paz. O mundo precisa de mais diálogo e menos divisões. Minha solidariedade ao frei Gilson”, escreveu Fufuca nas redes sociais.
Quem é frei Gilson?
Frei Gilson, natural de São Paulo, ingressou na vida religiosa aos 18 anos na congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo. Atualmente com 38 anos, ele continua na ordem e também se dedica à música, liderando o grupo Som do Monte.
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O sacerdote tem grande alcance nas redes sociais, especialmente no YouTube, onde possui mais de 5 milhões de inscritos. Suas transmissões ao vivo de orações, realizadas às 4h da manhã, reúnem milhares de fiéis. Na última terça-feira (5/3), uma de suas lives da Quaresma alcançou a marca de 1 milhão de visualizações.
Frei Gilson conta que sempre teve dificuldades para acordar cedo no convento e, ao iniciar as transmissões noturnas, percebeu que poderia ajudar quem enfrenta momentos de angústia.






Frei Gilson abre a celebração
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Momento da comunhão
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Benção do vinho
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Frei Gilson
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Frei Gilson é natural de São Paulo e encanta os cristão com suas músicas e preagações
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Frei Gilson chega na Paróquia e muitos fiéis tentam chegar perto
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“Se alguém estivesse com insônia ou pensando coisas ruins, teria aquele amparo e poderia rezar junto”, explicou ele. Segundo o frei, a iniciativa também é inspirada em Jesus Cristo: “Leia a Bíblia e você vai ver diversas vezes que Jesus passava noites inteiras em oração.”
Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, Frei Gilson se tornou uma das principais vozes religiosas do país nas redes sociais. Além de compartilhar reflexões e orações, ele também recebe convidados em suas transmissões.
O crescimento de sua popularidade e sua aproximação com grupos conservadores fizeram com que ele se tornasse um nome de destaque dentro do bolsonarismo, ao mesmo tempo em que passou a ser criticado por setores da esquerda.