A tensão em torno da organização da COP30, marcada para novembro em Belém, expôs um novo atrito entre o governo Lula e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O motivo: diárias de hotel que somam até R$ 2 milhões pelos 15 dias do evento, conforme revelou o portal UOL. A prática escancarou um cenário de especulação e constrangimento diplomático.
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Ministros e técnicos ligados à COP alertaram Helder sobre os abusos no setor hoteleiro. Mesmo assim, o governador ignorou os avisos. Delegações internacionais já demonstram preocupação com os custos elevados, o que ameaça a participação de representantes estrangeiros e o prestígio do evento climático da Organização das Nações Unidas no Brasil.

Governador justificou impulso econômico com a COP30
Na tentativa de amenizar a repercussão, Helder Barbalho minimizou as críticas. Alegou que o Pará irá ganhar impulso econômico com a COP30 e comparou a alta de preços à praticada em eventos no Rio de Janeiro. A justificativa, porém, não convenceu o governo federal.
Na quarta-feira 17, o Palácio do Planalto anunciou um acordo com representantes da rede hoteleira de Belém. O objetivo é a assinatura de um termo de ajustamento de conduta para evitar distorções no valor das hospedagens.
Investigação do Cade
Além da tentativa de acordo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu abrir uma investigação preliminar. A apuração do Cade pretende identificar se houve prática abusiva e conluio entre empresários do setor para inflacionar os preços. A ofensiva busca conter um escândalo em plena vitrine ambiental do governo Lula.