Um tiroteio ocorrido na manhã deste domingo (20) em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, terminou com um suspeito morto e dois presos na comunidade do Catiri. A operação teve início após denúncias de uma possível disputa entre facções rivais na região.
Entre os detidos está Walace Andrade de Oliveira, apontado como um dos assassinos do inspetor João Pedro Marquini, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), morto em uma tentativa de assalto no último dia 30 de março. Marquini era casado com a juíza Tula Mello e foi executado ao reagir à abordagem criminosa.
Após o confronto, três suspeitos foram encontrados feridos. Um deles não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Os outros dois foram presos em flagrante. Com o grupo, a polícia apreendeu um fuzil, duas pistolas e um veículo roubado.
Walace é apontado como integrante do Comando Vermelho e ligado ao tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. Ele era considerado um dos alvos prioritários do Núcleo de Investigações de Morte de Agentes de Segurança da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Contra ele já havia um mandado de prisão por homicídio.
No momento da prisão, Walace tentou se passar por seu irmão, fornecendo nome, CPF e data de nascimento falsos, mas a farsa foi rapidamente descoberta com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da PM. A ocorrência foi encaminhada para a 34ª DP (Bangu), onde o caso foi registrado.
Investigação apontou alvos por morte de inspetor da Core
Na última quarta-feira (16), o Disque Denúncia divulgou um cartaz com a imagem de Walace, buscando informações sobre seu paradeiro. A caçada aos responsáveis pela morte do inspetor Marquini já havia resultado, na terça-feira (15), em uma operação conjunta da Core e da DHC na Ladeira dos Tabajaras, onde cinco criminosos foram mortos, entre eles o chefe do tráfico local, Vinicius Kleber Di Carlantonio Martins, conhecido como “Cheio de Ódio”.
Vinicius era irmão de Bruno Di Carlantonio Martins, o “Bruninho BR”, que liderou o tráfico na região até ser morto em 2015. Quatro suspeitos foram presos na mesma operação, incluindo Antônio Augusto D’Angelo da Fonseca, detido em um apartamento em Copacabana.
As investigações apontam que, após o assassinato de Marquini, os envolvidos fugiram para a comunidade Cesar Maia, em Vargem Pequena, reduto do Comando Vermelho. O carro utilizado no crime, um Tiggo, também teria sido usado em outra ação criminosa no Cesarão, em Santa Cruz.
A polícia acredita que toda a ação foi coordenada por Ronaldo Pinto Lima e Silva, o “Ronaldinho dos Tabajaras”, atualmente preso. Ele teria ordenado que “Cheio de Ódio” atacasse milicianos no Antares, como parte da ofensiva do CV para ampliar sua presença na Zona Oeste do Rio.