O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a auxiliares que deve oficializar na próxima terça-feira, 6, a substituição no comando do Ministério das Mulheres. A atual titular da pasta, Cida Gonçalves, será exonerada e dará lugar a Márcia Lopes. A informação é do jornal O Globo.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Nesta sexta-feira, 2, Cida foi ao Palácio do Planalto e conversou com o presidente por cerca de 20 minutos. A mudança retoma, ainda que lentamente, o processo de reforma ministerial conduzido por Lula. Segundo fontes do governo, no entanto, não há previsão de novas trocas no curto prazo.
Leia mais:
Cida Gonçalves foi alvo de denúncias de assédio
Cida foi formalmente acusada por ex-servidoras de praticar assédio moral e promover um ambiente de trabalho hostil dentro da pasta. Segundo as denúncias, ela teria gritado com subordinadas, feito ameaças veladas de demissão, pressionado por entregas em prazos impossíveis e deslegitimado a atuação de gestoras de quem discordava.
As denúncias demonstram que a ministra utilizava a hierarquia de forma rígida para isolar e enfraquecer quem não pertencia ao seu grupo de confiança. Com a exoneração da secretária Carmen Foro, Cida teria deixado claro que pretendia afastar também os servidores ligados a ela.

Ex-servidoras relataram ainda que, depois da reestruturação, enfrentaram isolamento político, perda de acesso à ministra e aumento na cobrança por metas, mesmo sem retorno sobre documentos enviados ao gabinete.
No entanto, em fevereiro deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República arquivou o processo disciplinar contra Cida. A defesa da ministra disse que vê com “naturalidade” o arquivamento e que sua cliente foi alvo de uma “campanha difamatória”.
Quem é a nova ministra que deve ser indicada por Lula
Márcia é assistente social, professora e militante do Partido dos Trabalhadores desde 1982. É formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde também lecionou por mais de três décadas. Durante a juventude, participou ativamente do movimento estudantil.
Sua carreira política começou nos anos 1990, como secretária de Assistência Social em Londrina. Em nível federal, foi nomeada ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo presidente Lula, onde ficou responsável por gerenciar um orçamento de R$ 40 bilhões voltado a programas sociais de grande alcance.


Durante sua gestão no órgão, Márcia teve como destaque a condução do Bolsa Família, então principal programa de transferência de renda do governo federal, além de ampliar a estruturação do Sistema Único de Assistência Social, responsável por fortalecer os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) em todo o país.
Ao deixar o ministério, em 2011, foi convidada a integrar o Instituto Lula e recusou propostas internacionais para concorrer à prefeitura de Londrina em 2012, quando ficou em terceiro lugar. Em 2022, voltou à cena política nacional como integrante do grupo de transição do governo Lula na área de assistência social.
Leia também: “Onde os idosos não têm vez”, artigo de Tiago Pavinatto publicado na Edição 267 da Revista Oeste