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novo ministro de Lula se reuniu com suspeitos da fraude

O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel (PDT), reuniu-se pelo menos uma vez com representantes de organizações atualmente investigadas por desviar R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões. Ele assumiu o cargo depois da demissão de Carlos Lupi, nesta sexta-feira, 2, em decorrência do escândalo do INSS.

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Carlos Lupi
Lupi já foi ministro do Trabalho e Emprego entre 2007 e 2011, também no governo Lula | Foto: Ricardo Stucker/PR

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Segundo o portal Poder360, a reunião ocorreu em 11 de julho de 2023, quando Wolney ainda ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta. Ele se encontrou com dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), entidade apontada pela Controladoria-Geral da União (CGU) como a que reteve o maior montante de valores dos beneficiários do INSS por meio de descontos não autorizados.

A Contag também lidera o número de reuniões com membros do governo Lula entre as associações investigadas. Representantes da entidade participaram de 13 dos 15 encontros oficiais mapeados pelo Poder360 em órgãos ligados a benefícios previdenciários.

Procurados pelo portal, o Ministério da Previdência Social e a Contag não se pronunciaram até o momento sobre o encontro.

Wolney Queiroz, novo ministro da Previdência, indicado por Lula depois de fraude no INSSWolney Queiroz, novo ministro da Previdência, indicado por Lula depois de fraude no INSS
Wolney Queiroz, novo ministro da Previdência, indicado por Lula depois de fraude no INSS | Foto: Reprodução/Instagram

Encontros com entidades sob investigação por fraude do INSS

Desde o início do atual governo, integrantes do Ministério da Previdência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) participaram de ao menos 15 reuniões com organizações investigadas pela Polícia Federal por descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Oito encontros ocorreram em 2023, cinco em 2024 e dois já em 2025.

Entre os presentes em algumas dessas reuniões estiveram os ex-ministros Carlos Lupi (Previdência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), além do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo em 23 de abril de 2025, após deflagração da operação Sem Desconto.

Agenda de encontros das entidades investigadas pela fraude bilionária do INSS | Fonte: Poder360

As organizações investigadas são:

  • Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB);
  • Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), anteriormente denominada Associação Brasileira dos Servidores Públicos (ABSP);
  • Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo);
  • Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB);
  • Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec);
  • Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Apdap Prev);
  • Caixa de Assistência de Aposentados e Pensionistas do INSS (CAAP);
  • Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer);
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag);
  • Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi);
  • União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub).

Essas instituições são alvo da operação Sem Desconto, que apura suspeitas de fraudes em cobranças mensais nos benefícios de milhões de segurados do INSS.

Encontro com o irmão de Lula no INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) também aparece na lista de investigados e participou de reunião na sede do INSS, em Brasília, em 21 de julho de 2023. Representado por Tonia Galetti, coordenadora do Departamento Jurídico, o sindicato se encontrou com o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

O Sindnapi tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula.

Frei Chico, irmão de Lula | Foto: Reprodução redes sociais

Auditoria apontou descontos ilegais

A auditoria conduzida pela CGU, concluída em setembro de 2024 e divulgada em abril de 2025, revelou que 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS tiveram descontos não autorizados em seus benefícios para pagamentos a entidades sindicais e associativas.

Os maiores descontos ocorreram durante o governo Lula 3 | Fonte: Poder360

A apuração foi baseada em entrevistas com 1.273 beneficiários entre abril e julho de 2024, em todos os estados brasileiros. Desses, 96% afirmaram não fazer parte de nenhuma associação.

A CGU detectou uma escalada nos valores retidos: em 2022, os descontos somaram R$ 706,2 milhões; em 2024, saltaram para R$ 2,8 bilhões — mais do que o triplo. O número de solicitações para cancelamento desses descontos também disparou, alcançando 192 mil registros apenas em abril de 2024.

Como foi feito o levantamento

O levantamento do Poder360 analisou 739 mil registros de agendas de autoridades federais entre janeiro de 2023 e março de 2025. Os dados foram filtrados para identificar encontros com representantes das entidades investigadas.

Foram consideradas agendas do Ministério da Previdência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social — que responde pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) — e do INSS. Há possibilidade de outros encontros não registrados oficialmente ou com erros de digitação não terem sido contabilizados.

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