A entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de deixar Moscou, no sábado, 10, causou revolta na comunidade judaica. Lula voltou a ser acusado de antissemitismo depois de criticar Israel e afirmar que o país mata crianças e mulheres “a pretexto de matar terroristas” na Faixa de Gaza.
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“Na Faixa de Gaza é um genocídio, de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas”, acusou o presidente brasileiro. “Já houve caso de explodirem um hospital e não ter um terrorista, só mulher e criança.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou tais afirmações e as considera falsas, fruto de uma narrativa que utiliza a distorção de fatos para esconder um sentimento antissemita.
“O presidente Lula mais uma vez faz declarações antissemitas de que há um genocídio em Gaza e que Israel deliberadamente mata crianças e mulheres ‘a pretexto’”’ de matar terroristas”, declarou nota da Conib.
A entidade mostrou indignação com a postura do presidente, que diferenciou a guerra em Gaza da que ocorre entre Rússia e Ucrânia. Ele definiu esta como “uma guerra entre dois Estados.”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, porém, foi considerado responsável por crimes de guerra, incluindo a deportação ilegal de crianças da Ucrânia para a Rússia.
O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda, pediu sua prisão, em decisão divulgada no dia 23 de março de 2023.
A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em 2022, com a invasão do território ucraniano por tropas russas.
O governo russo – assim como Lula, aparentemente – nega acusações de atrocidades na Ucrânia e não reconhece a legitimidade do TPI.
Conib responsabiliza Lula por fala antissemita
A Conib comparou a atitude de Lula com a de antissemitas no passado.
“Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo, e é lamentável e perturbador que o presidente do nosso país siga promovendo este libelo antissemita pelo mundo.”
Para a entidade, a atitude de Lula tem potencial para prejudicar o ambiente de convivência pacífica que a comunidade judaica mantém no Brasil.
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“O Brasil é um país onde a comunidade judaica vive em paz e segurança, mas o presidente Lula, com suas falas antissemitas, parece querer criar problemas para a nossa comunidade ao promover o antissemitismo entre seus apoiadores, numa atitude irresponsável e destrutiva.”
O conflito atual começou depois do ataque do grupo terrorista Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1,2 mil mortos em Israel e posteriormente, milhares de mortos entre os palestinos, sendo grande parte deles pertencente ao Hamas. Diante disso, a entidade concluiu:
“O que falta nas falas do presidente Lula sobre o conflito é a verdade: o Hamas começou essa terrível guerra e se esconde atrás da população civil e de reféns israelenses para promover sua visão, aí sim genocida, de exterminar Israel e judeus.”