Operação do Ministério Público Federal (MPF), deflagrada nesta segunda-feira (12/5), encontrou vítimas de tráfico internacional de pessoas que eram mantidas em condições de trabalho análogo à escravidão dentro de fábrica clandestina de cigarros no Rio de Janeiro. O lugar abastecia o mercado ilegal em regiões no estado.
Durante a operação, 22 trabalhadores paraguaios foram resgatados e cinco homens, que atuavam como gerentes e supervisores da atividade criminosa, foram presos em flagrante. A investigação indica que as vítimas foram trazidas ilegalmente ao Brasil e eram submetidos a trabalho forçado e em situações degradantes.
Segundo o MPF, o tráfico de trabalhadores paraguaios para fábricas clandestinas de cigarro é uma rota recorrente no Brasil, pois essa mão de obra especializada é bastante comum naquele país, o que torna essas vítimas vulneráveis a esse tipo de exploração.
Os trabalhadores resgatados estão sob acompanhamento das autoridades competentes, que avaliam a adoção de medidas de proteção e regularização migratória. Equipamentos e materiais apreendidos foram destinados à Receita Federal, onde passarão por perícia.
A ação ocorreu em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Civil. A atuação é resultado de trabalho conjunto do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Unidade Nacional de Enfrentamento ao Tráfico Internacional de Pessoas e ao Contrabando de Migrantes (UNTC).
O MPF apontou que as circunstâncias do crime revelam dinâmica idêntica à observada na Operação Libertatis, deflagrada em março deste ano, sugerindo que a nova ocorrência possa estar ligada à mesma organização criminosa investigada anteriormente.
À época, o Ministério Público Federal identificou uma rede estruturada de tráfico de pessoas e fabricação clandestina de cigarros, com atuação em diferentes municípios do Rio de Janeiro e ligação com agentes públicos.