O Rio Grande do Sul teve, no município de Montenegro, o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial brasileira. Neste mês de maio, o estado gaúcho registrou o abate de 26.537.584 frangos. Os dados obtidos pelo Metrópoles são provenientes do Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e foram consultados no final dessa segunda-feira (19/5).
O caso de gripe aviária abala o país, que é o maior exportador mundial de carne de frango. Mercados como a União Europeia, Argentina e China suspenderam as compras desde então. Segundo o SIF, o Brasil abateu mais de 170 milhões de frangos em maio. Os estados com maior número de registros estão na região Sul. O Paraná teve 67 milhões de abates, enquanto as granjas de Santa Catarina contaram com mais de 30 milhões de animais abatidos.
Entenda o que é a gripe aviária
- A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos, mas o risco é baixo.
- Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão dificuldade respiratória; secreção nasal ou ocular; espirros; incoordenação motora; torcicolo; diarreia; e alta mortalidade.
- Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária.
Considerando todo o mês passado, a quantidade de frangos que passaram por abates em todo o território nacional foi de 453.967.392. O Rio Grande do Sul teve 62 milhões de registros, sendo o segundo maior produtor de carne de frango durante o período. No Ceará, o número não passou de 4.320.
Investigações
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou, nesta segunda-feira (19/5), que, de sete investigações sobre outros focos de gripe aviária, três já foram descartadas e outras quatro seguem em investigação. Até agora, foram descartados focos em Nova Brasilândia (MT), Triunfo (RS) e Gracho Cardoso (SE). Seguem em investigação casos em Aguiarnópolis (TO), Ipumirim (SC), Estância Velha (RS), e Salitre (CE).





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Gripe aviária pode atingir aves domésticas como galinhas
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Questionado sobre o que está sendo feito para lidar com o problema e impedir que a doença se espalhe também entre seres humanos, o ministro disse que “os colaboradores da granja do foco [no RS] estão isolados, em processo de monitoramento”. Ele ainda salientou que, fora quem manuseia, é muito difícil outro tipo de contaminação.
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Veja a íntegra da entrevista coletiva sobre a crise da gripe aviária:
Fim da crise em 28 dias
Fávaro disse que o Brasil pode ficar livre da gripe aviária e, assim, retomar as exportações de carne de aves em até 28 dias, caso não sejam detectados novos casos da doença. Esse prazo começaria a ser contado na próxima quarta-feira (21/5). “Amanhã [terça] acaba de desinfectar a segunda granja, e a partir de desinfectar essa segunda granja lá, onde teve o foco, o dia seguinte é o marco zero”, apontou.
“Por 28 dias, então na medida que a partir de quarta, se a gente conseguir anunciar que o marco zero é quarta-feira, a medida que o tempo vai passando, 10 dias, 15 dias, e essa, com a voracidade deste vírus, é facilmente detectado se teria outro foco, então na medida que o tempo vai passando, a confiança do mercado também vai começando a acontecer. Não aconteceu até agora”, continuou o ministro.
O Metrópoles questionou se o Ministério da Agricultura e Pecuária gostaria de enviar esclarecimentos adicionais sobre o número de animais abatidos ou em relação à situação da gripe aviária no país. O órgão indicou que as principais informações já seriam tratadas na coletiva de imprensa realizada por Carlos Fávaro nessa segunda-feira (19/5). Os temas discutidos pelo ministro foram mencionados acima.