A rejeição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou, em maio deste ano, o nível mais alto desde o início do terceiro mandato petista.
Segundo levantamento da Genial/Quaest, 57% dos entrevistados desaprovam a gestão atual. Em contrapartida, 40% ainda demonstram apoio — uma oscilação dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Pela primeira vez, o eleitorado de menor renda, tradicional reduto petista, também registra empate técnico. Entre os que vivem com até dois salários-mínimos, 50% aprovam o governo e 49% o desaprovam. Em julho de 2024, o apoio nesse grupo era de 69%.
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O escândalo dos descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contribuiu para esse desgaste.
Embora o Planalto tente atribuir a origem do esquema à gestão anterior, 31% dos entrevistados responsabilizam diretamente o governo Lula. O número supera os 14% que culpam o próprio INSS e os 8% que indicam Jair Bolsonaro.
Na mesma pergunta, feita de maneira espontânea, 1% culpou aposentados e pensionistas. Outros 26% não souberam responder ou preferiram não opinar. Apenas 12% indicaram outros responsáveis.

O impacto da crise no INSS também afetou, por exemplo, a discussão sobre uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Metade dos entrevistados defende a abertura de uma investigação parlamentar. Por outro lado, 43% acham que a apuração da Polícia Federal é suficiente e veem na CPI apenas um instrumento político.
“A forte repercussão de notícias, como o escândalo do INSS, diminuiu o efeito positivo da economia e do lançamento dos novos projetos e programas do governo”, disse Felipe Nunes, CEO da Quaest. “O eleitor está mais difícil de ser convencido”.
Lula adota medidas para tentar reverter queda de credibilidade
Mesmo com a redução recente nos preços de combustíveis e alimentos, os avanços econômicos não foram suficientes para conter o desgaste. A percepção negativa sobre a economia caiu: 48% dizem que a situação piorou no último ano, contra 56% em março.
O governo tenta reverter a imagem negativa com medidas pontuais. Como resultado, anunciou isenção de impostos para alimentos importados, prometeu tarifa reduzida de energia para 100 milhões de brasileiros e lançou o programa “Gás para Todos”, ainda sem execução.
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A Petrobras também anunciou, na segunda-feira 2, uma redução de R$ 0,17 no preço da gasolina. Por fim, a pesquisa ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios, de 29 de maio a 1º de junho. O índice de confiança é de 95%.