Policial federal conhecido por afirmar que mataria “meio mundo” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Wladimir Matos Soares perdeu sua equipe de defesa na semana passada. Entre os advogados do agente estava Ramón Mas Gomez Junior, que numa sessão chegou a afirmar que o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ficaria “incomodado” com questionamentos sobre a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso.
Além de Ramón, fazia parte da defesa de Wladimir Soares o advogado Luiz Carlos Magalhães. Na comunicação enviada à Corte de que abririam mão do caso, no dia 2 de junho, eles apresentaram “renúncia ao mandato por motivo de foro íntimo”. Também pediram exclusão dos “seus nomes das vindouras publicações, procedendo-se de pronto essa alteração perante o Cartório Distribuidor, na forma legal, não se responsabilizando mais pelas Defesas Técnicas vindouras”.
Wladimir está preso preventivamente desde novembro de 2024. No dia 12 de maio deste ano, Moraes manteve a medida cautelar, citando “necessidade de se resguardar como garantia da ordem pública e para conveniência da instrução criminal de graves crimes de tentativa de golpe de Estado e atentado a Instituições Democráticas”.
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O policial federal Wladimir Matos Soares, preso preventivamente e alvo de inquérito do golpe no STF
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Advogado Ramón Mas Gomez Junior
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Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF) preso por planejar morte de Luiz Inácio Lula da Silva
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Ministro do STF Alexandre de Moraes
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Crimes imputados ao PF
O policial federal foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela prática dos crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado e concurso material.
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Áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito da suposta tentativa de golpe mostram que Soares revelou informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a servidores ligados a Bolsonaro. O agente chegou a afirmar em uma das gravações que haveria um grupo armado para prender ministros do STF, e fala que haveria disposição para uso de força letal e “matar meio mundo”.
Em outro trecho das gravações, ele falou sobre o relator: “O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente (Jair Bolsonaro) de colocar um diretor da Polícia Federal, o Alexandre Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele era aqui”.