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‘Careca do INSS’ usava SAC para sustentar fraude na Previdência

O golpe dos descontos indevidos em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões, contava com uma rede organizada de telemarketing para aplicar a fraude e gerenciar as reclamações. O portal Metrópoles divulgou as informações nesta segunda-feira, 12.

As centrais de atendimento operavam como um verdadeiro SAC das irregularidades. Elas atendiam milhares de aposentados que denunciavam descontos feitos diretamente na folha de pagamento sem nenhuma autorização.

Uma ex-funcionária de um desses call centers revelou ao Metrópoles como os operadores eram orientados a responder às queixas. Segundo ela, as respostas seguiam um roteiro padronizado, e o objetivo era conter a insatisfação dos beneficiários.

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A atendente, que trabalhou até abril nas empresas Callvox e Truetrust, detalhou que a maioria dos clientes lesados nem sequer sabia que havia autorizado alguma filiação.

Os chefes instruíam os operadores a alegarem que os beneficiários aderiram por meio de links enviados por WhatsApp, chamadas telefônicas ou durante a contratação da aposentadoria — mesmo sem qualquer documento que comprovasse isso.

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A funcionária afirma que, à época, nem sequer os próprios atendentes sabiam que estavam envolvidos em uma fraude.

As empresas de telemarketing operavam no mesmo edifício em Brasília. Entre o fim de 2023 e o início de 2024, elas contrataram centenas de funcionários, justamente quando a prática ilícita se intensificou.

Entidades e operadores políticos alimentam fraude no INSS

Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Domingos Sávio de Castro fundaram a Truetrust em junho de 2023 e figuram como seus proprietários. Ambos são acusados de receber milhões de reais das entidades envolvidas no esquema e repassar propina a diretores do INSS por meio de empresas e parentes.

O escritório do advogado Eric Fidelis recebeu parte dos repasses. Ele é filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios, responsável por assinar os acordos que viabilizaram os descontos. A Polícia Federal (PF) suspeita que a razão social da Truetrust — ACDS Call Center — represente as iniciais dos dois sócios.

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Um dos responsáveis pelo atendimento nas centrais, Adelino Rodrigues Junior, representava legalmente a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), uma das entidades mais citadas nas investigações.

Ele também aparece em transferências para familiares de ex-dirigentes do INSS, segundo os autos da PF. A rotina de atendimento incluía prometer reembolso em até dez dias. Depois, o prazo aumentava para 20 e 30 dias, enquanto os ressarcimentos se tornavam cada vez mais raros.

Os atendentes justificavam os descontos com alegações frágeis, como autorização por parentes ou clique em links de adesão.

Entidades arrecadavam milhões com mensalidades suspeitas

A coordenação dividia os operadores em grupos e os designava para atender em nome de diferentes associações, como CBPA, Abrasprev e Abapen. Só a CBPA, que até 2022 não registrava descontos, passou a arrecadar R$ 57,8 milhões em mensalidades no ano seguinte.

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Apesar de citadas pela PF, a Abrasprev e a Abapen não constam na ação da Advocacia-Geral da União que pediu o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em ativos de entidades suspeitas.

Em contrapartida, a CBPA está na lista e é um dos principais alvos do processo de responsabilização por fraudes e pagamentos de propina.

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