Segundo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), junto com o chamado “gabinete do ódio”, às vezes brigavam como então presidente porque ele “publicava coisas que eles não queriam”.
A afirmação consta na delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, cujo sigilo foi retirado pela Justiça nesta quarta-feira (19/2). Em depoimento à Polícia Federal (PF), Cid revelou detalhes sobre o funcionamento do tal gabinete, que, segundo ele, funcionava dentro da estrutura de assessoria do ex-presidente.
O grupo que ficou conhecido como gabinete do ódio era utilizado para atacar autoridades, adversários políticos e disseminar informações falsas nas redes sociais. Além da liderança extraoficial de Carlos, o grupo era formado por assessores do ex-presidente — Tércio Arnaud, José Mateus e Mateus Sales Gomes, que estavam dentro da estrutura da assessoria do ex-presidente, nomeados formalmente, desde o inicio do governo, em 2019. Eles despachavam no terceiro piso do Palácio Planalto.
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De acordo com Cid, basicamente, o que acontecia era que o ex-presidente tomava conta de sua rede social Facebook, enquanto Carlos Bolsonaro tomava conta das outras redes do pai (lnstagram, o Twitter e os outros). O ex-presidente todo dia de manhã queria postar alguma coisa no Facebook, e às vezes Carlos replicava nas outras redes.



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Cid ainda alegou que o então chefe do Poder Executivo era o responsável pelas mensagens encaminhadas pelo seu celular por meio do aplicativo WhatsApp. “Ele [Jair Bolsonaro] encaminhava diretamente a seus contatos”, relatou. O ex-auxiliar ainda afirmou que às vezes Bolsonaro recebia a mensagem de alguém e encaminhava para quem ele queria.