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Cid mentiu e violou regras estabelecidas por Moraes, diz Veja

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria mentido ao Supremo Tribunal Federal (STF) e desrespeitado ordens do ministro Alexandre de Moraes. A informação é da revista Veja, que afirma que teve acesso a mensagens supostamente trocadas entre o tenente-coronel e uma pessoa próxima a Bolsonaro, por meio de um perfil do Instagram.

Cid firmou acordo de colaboração premiada com a Justiça. Em troca de benefícios, relatou à Polícia Federal (PF) um suposto plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2022.

Leia mais: “Defesa de Bolsonaro diz que Mauro Cid mente e tem memória seletiva”

Na segunda-feira 9, o STF começou o interrogatório dos oito réus acusados de integrar o núcleo central da tentativa de golpe, e Cid foi o primeiro a depor. Durante quase quatro horas, repetiu trechos do que já havia declarado à PF. Em diversos momentos, afirmou “não me lembro” e “não me recordo”, enquanto, em outras respostas, demonstrou hesitação.

Em uma das perguntas feitas pelo advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, Cid negou ter usado as redes sociais durante o período de restrição. Quando questionado sobre o perfil @gabrielar702, hesitou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

YouTube video

A defesa de Cid se manifestou. Em nota à imprensa, disse que as capturas de tela divulgadas pela Veja são “montagem”. Uma das provas seria que as imagens não mostram a data e o horário das conversas. Além disso, os advogados argumentam que Cid não escreve da forma que aparece nas mensagens.

O acordo de delação proíbe mentiras, omissões ou versões contraditórias. A quebra desses termos pode anular os benefícios.

Mensagens de Mauro Cid indicam versão paralela dos fatos

Segundo a Veja, o perfil citado teria sido usado por Cid para trocar mensagens com pessoas próximas a Bolsonaro. Os diálogos mostrariam que ele transmitia, paralelamente, uma versão diferente da que forneceu à PF.

Nesse trecho, Cid reclama de manipulação durante depoimentoNesse trecho, Cid reclama de manipulação durante depoimento
Nesse trecho, Cid reclama de manipulação durante depoimento | Foto: Captura de Tela/ Revista Veja

Nas falas atribuídas a Cid, há várias citações a Moraes, identificado pelas iniciais “AM”. Em uma delas, o militar diz que o “jogo é sujo” e que o trabalho dos advogados não adianta nada porque o ministro “já tem a sentença pronta” para condená-lo. Além disso, o tenente-coronel também teria chamado o ministro de “cão de ataque”.

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A publicação afirma que o militar violou pelo menos duas determinações do STF: não manter contato com outros investigados e não usar redes sociais. As mensagens teriam sido trocadas entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024. À época, Cid usava tornozeleira eletrônica, se apresentava semanalmente à Justiça e já estava proibido de se comunicar com investigados e falar sobre o conteúdo de sua delação.

Em outro trecho, Cid teria dito que se sentiu pressionadoEm outro trecho, Cid teria dito que se sentiu pressionado
Em outro trecho, Cid teria dito que se sentiu pressionado | Foto: Captura de tela/ Revista Veja

Nos diálogos, Cid relata as dificuldades dos depoimentos e acusa o delegado responsável de tentar manipular suas falas. Diz também que “o STF está todo comprometido” e que “só o Pacheco ou o Lira vai nos salvar”, em referência aos ex-presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.

Em supostos diálogos, Cid fala de Filipe Martins

Ainda de acordo com a Veja, em uma das mensagens Cid teria dito que Moraes “tem talento” para criar narrativas, podendo ser um “grande pensador Netflix”. Entre as supostas invenções do ministro, estaria a acusação de que o ex-assessor Especial da Presidência, Filipe Martins, teria fugido para os Estados Unidos.

“Não precisa de prova!!! Só de Narrativas!!!! E quando falam de provas… metem os pés pelas mãos… Como foi com FM… que não viajou aos EUA”, teria dito o ex-ajudante de ordens.

Em um dos diálogos, Cid também teria afirmado que não acusou Bolsonaro de golpe: “Eu falava que o PR não iria fazer nada.”

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