Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o pai dele, Mauro Cesar Lourena Cid, entregaram pelo menos US$ 86 mil em espécie ao ex-presidente, após venda de joias recebidas como presente do governo saudita em agenda oficial e de relógios de luxo. O montante, em reais, chega a quase meio milhão, sendo R$ 490,2 mil, em valores somados pela cotação atual.
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À Policia Federal Cid relatou ter vendido joias em um centro especializado na cidade de Miami, nos Estados Unidos, denominado Seybold Jewerly Building pelo valor de U$ 18 mil. Disse que o pagamento foi realizado em espécie sem emissão de nota e que, em seguida, retornou ao Brasil com os valores em espécie, quando os entregou em mãos ao ex-presidente Bolsonaro.





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Cid afirmou que, nesse caso, apenas retirou do montante os custos que teve com passagem aérea e aluguel do veículo. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ainda completou com informações de que o pai dele, Mauro Lorena Cid, viajou para Nova York, em 2022, pois também fazia parte da comitiva presidencial.
Na conta de Lourena, foram depositados outros US$ 68 mil, que seriam pagos a Bolsonaro de maneira parcelada.
Parcelas em espécie
Em Nova York, Lourena Cid entregou cerca de U$ 30 mil em espécie a Jair Bolsonaro, por meio do filho. Novamente, no fim de 2022, Lourena veio ao Brasil para um evento da Apex, em Brasília, quando entregou mais US$ 10 mil a Bolsonaro, em dinheiro.
Em fevereiro de 2023, reunido com Bolsonaro, em Miami, entregou mais US$ 20 mil. Os valores eram dados em dinheiro para dificultar rastreios de movimentações. Se convertidos em reais, os repasses a Bolsonaro somam R$ 445 mil, quase meio milhão de reais.
O restante do valor com vendas de joias, que seria de R$ 68 mil, foi repassado a Cid pelo pai. Cid passou o restante do valor para o ex-assessor de Bolsonaro Osmar Crivelatti. Esse último entregou ao presidente.
Após o Tribunal de Contas da União (TCU) pedir a devolução das joias, pois seriam presentes ao Estado Brasileiro, os assessores de Bolsonaro iniciaram uma peregrinação para recuperar os itens.
Embora a delação de Mauro Cid tenha sido tornada pública por Alexandre de Moraes no âmbito da investigação sobre um golpe de Estado, Cid também prestou informações à Polícia Federal em outros dois inquéritos: das joias vendidas e da falsificação de cartões de vacinação.