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Copom define Selic nesta 4ª, valor pode ser o maior em quase 20 anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide, nesta quarta-feira (7/5), a próxima taxa básica de juros, a Selic, que ficará vigente por 45 dias. A expectativa é de manutenção do ciclo de altas, mas em velocidade reduzida.

O mercado financeiro aposta em um acréscimo de 0,50 ponto percentual. Caso esse aumento se concretize, a taxa de juros pode chegar ao mesmo patamar que estava há quase duas décadas, em julho de 2006 — fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, a inflação acumulada ficou em 3,14% e a meta foi cumprida.

Uma das diferenças é que em 2006, o Copom caminhava para cortar os juros, enquanto em 2025 engata um ciclo de elevações — que ainda não dá sinais de interrupção.

A taxa Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar o avanço da inflação. Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.

Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.

A taxa Selic está em 14,25% ao ano, após quinta elevação consecutiva no ciclo de aperto monetário (ou seja, aumento dos juros), que começou em setembro do ano passado. Na última reunião, realizada em 18 e 19 de março, o Copom indicou que o ciclo “não está encerrado”, mas frisou que o próximo aumento “seria de menor magnitude”.

Embora a taxa de juros esteja em um patamar mais restritivo, a inflação segue pressionando e tornou-se uma pedra no sapato do governo Lula (PT), com destaque para o encarecimento dos alimentos.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula alta de 5,48%. Nesse ritmo e patamar, o IPCA caminha para mais um ano em que a meta será descumprida, uma vez que o teto deste ano é de 4,50%.

Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, explica que juros mais altos atraem capital especulativo de curto prazo, mas afastam investimentos produtivos se o país não mostrar responsabilidade fiscal.

“A elevação pode conter a inflação via consumo, mas com alto custo social. Ao governo, cabe preservar a âncora fiscal e evitar estímulos populistas que pressionem ainda mais o cenário econômico”, argumenta.

Por sua vez, Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital, afirma que a economia brasileira tem mostrado alguma resiliência, com criação de empregos e manutenção do consumo, mas pondera:

“Os juros elevados começam a afetar o crédito, os investimentos e a confiança empresarial, enquanto a desaceleração global e os efeitos das tarifas americanas podem frear ainda mais o crescimento interno”.

País conviverá com juros altos

Na semana passada, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que o Copom optará por “colocar a taxa de juros no patamar que for restritivo o suficiente, e pelo período que for necessário, para atingir a meta”.

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Gabriel Galípolo na CPI da Bets

Presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, além dos Ministros de Estado Fernando Haddad e Simone Tebet participam de solenidade de comemoração dos 60 anos do Banco Central ao lado do presidente da instituição Gabriel Galípolo
Presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, além dos Ministros de Estado Fernando Haddad e Simone Tebet participam de solenidade de comemoração dos 60 anos do Banco Central ao lado do presidente da instituição Gabriel Galípolo
Integrantes do Copom e o presidente do BC, Gabriel Galípolo
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Gabriel Galípolo foi convidado para falar sobre a fiscalização das transações financeiras das casas de apostas.

Hugo Barreto/Metrópoles

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Gabriel Galípolo na CPI da Bets

Hugo Barreto/Metrópoles

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Presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, além dos Ministros de Estado Fernando Haddad e Simone Tebet participam de solenidade de comemoração dos 60 anos do Banco Central ao lado do presidente da instituição Gabriel Galípolo

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, além dos Ministros de Estado Fernando Haddad e Simone Tebet participam de solenidade de comemoração dos 60 anos do Banco Central ao lado do presidente da instituição Gabriel Galípolo

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Integrantes do Copom e o presidente do BC, Gabriel Galípolo

Raphael Ribeiro/ Banco Central

Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual — isto é, com piso de 1,5% e teto de 4,5%. Ela será considerada cumprida se oscilar dentro desse intervalo de tolerância.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, e não mais por ano-calendário. Ou seja, o índice é apurado mês a mês. Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Mesmo com os esforços para controlar a inflação, a possibilidade de descumprimento da meta neste ano vem sendo mencionada nas últimas reuniões do Copom. Para o comitê, o objetivo será desobedecido em junho.

Além disso, em relatório publicado em março, a autoridade monetária informou que a chance de a inflação estourar o teto subiu de 50% (dezembro) para 70%.

Demonstrando certa tranquilidade, Galípolo afirmou que o BC “não tem nenhum tipo de desconforto” com a atual meta inflacionária, de 3%. Ao ser questionado, ele voltou a dizer que: “O Banco Central está fazendo seu caminho para perseguir a meta de 3%”.

Imagem colorida das datas das reuniões e atas do Copom em 2025 - Metrópoles

Projeções do mercado para a Selic

Após 16 semanas prevendo a Selic fechando em 15% ao ano, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para o fim deste ano. A variação da taxa passou para 14,75% ao ano, segundo dados mais recentes do relatório Focus.

Contudo, as previsões para os demais anos seguem inalteradas. Confira:

  • Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,50% ao ano.
  • Para 2027, a previsão da taxa de juros é de 10,50% ao ano.
  • Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.

Com isso, o mercado não crê que a taxa Selic fique abaixo de dois dígitos até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, e sequer do atual mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC, que termina em 2028.

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