• Home
  • BRASIL
  • Damares tenta na Justiça impedir posse de novo ministro da Previdência

Damares tenta na Justiça impedir posse de novo ministro da Previdência

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) ingressou, na madrugada deste sábado (3/5), com uma ação popular, na Justiça Federal de Brasília, para tentar impedir a posse do novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT).

Wolney foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lugar de Carlos Lupi, que pediu demissão na tarde dessa sexta-feira (2/5) diante de um escândalo envolvendo descontos fraudulentos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Ministro esteve em reunião de alerta

Damares cita a presença do novo ministro, que era secretário-executivo da pasta, na reunião do Conselho Nacional da Previdência Social CNPS), de junho de 2023, na qual a conselheira Tônia Galletti alertou sobre os descontos indevidos na folha dos aposentados do INSS.

O texto comprova que Queiroz, inclusive, presidiu parte da 303ª reunião do CNPS, em abril de 2024, na qual foi lido relatório sobre a fraude. Mesmo diante de provas contundentes de irregularidades não tomou providências para proteger as vítimas.

3 imagens

Wolney Queiroz e Carlos Lupi

Wolney Queiroz (secretário-executivo da Previdência Social)
1 de 3

Ministério da Previdência Social

2 de 3

Wolney Queiroz e Carlos Lupi

Reprodução

3 de 3

Wolney Queiroz (secretário-executivo da Previdência Social)

Arquivo/Câmara dos Deputados

Para Damares Alves, que é também autora de pedido de impeachment do ex-ministro Carlos Lupi, Queiroz também foi omisso e, por isso, deve responder pelos atos.

“A nomeação de Wolney para o cargo de ministro de Estado é capaz de fazer permanecer no comando da Previdência Social a mesma estrutura que foi condescendente com os descontos ilegais de mais de R$ 6 bilhões dos bolsos dos segurados do INSS”, sustenta a petição.

O documento também acusa o presidente Lula de cometer ato administrativo nulo ao indicar para o cargo um nome “diretamente implicado na omissão diante das fraudes bilionárias no INSS”.

A petição pede o envio do caso à Câmara dos Deputados para apuração de possível crime de responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a instituição de multa diária de R$ 1 milhão, caso ele mantenha a nomeação.

A parlamentar argumenta que a escolha de Wolney viola os princípios da moralidade, finalidade e motivação dos atos administrativos.

“Mesmo diante de um exponencial crescimento dos descontos […] os dirigentes só pautaram o tema quase um ano depois, em abril de 2024”, aponta o documento.

O texto lembra que até mesmo o Tribunal de Contas da União (TCU) havia se manifestado sobre o caso, com base em milhares de reclamações de usuários e matérias publicadas pelo Metrópoles que denunciaram os abusos.

Mas, segundo a petição, somente após a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), em abril de 2025, os descontos foram finalmente suspensos e os diretores afastados.

A ação reforça que, embora o ato de nomeação de ministros sejam discricionário do presidente da República, está sujeito aos limites constitucionais, especialmente quanto ao princípio da moralidade administrativa.

“O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos. O ato de nomear o Sr. Wolney extrapola qualquer limite da moralidade”, sustenta a petição, citando o jurista José dos Santos Carvalho Filho.

A peça também argumenta que houve desvio de finalidade, já que a nomeação não teria como objetivo reestruturar a pasta, mas sim “manter o status quo de conivência e desídia”.

Farra no INSS

O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

Foram analisadas dezenas de processos em que as entidades foram condenadas por fraudar a filiação de aposentados que nunca tinham ouvido falar nelas e, de uma para outra, passaram a sofrer descontos mensais de R$ 45 a R$ 77 em seus benefícios, antes mesmo de o pagamento ser feito pelo INSS em suas contas.

As reportagens também mostraram quem são os empresários por trás das entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para faturar milhões de reais com descontos de mensalidade. Após a publicação das matérias, em julho de 2024, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado do cargo.

Já em abril de 2025, as reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela PF e abasteceram as apurações da CGU. Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

“Bispo do capeta”, grita apoiador de Bolsonaro após apanhar de pastor

O culto promovido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Hospital DF…

NBA: Nuggets atropelam Clippers e vão enfrentar Thunder na semi do Oeste

O que tinha tudo para ser um grande jogo 7, no fim das contas, foi…

Agora só falta você, Marcelo Odebrecht

O jornalista Lauro Jardim noticiou que a construtora Odebrecht deixou de esconder a identidade e…