O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (SP) foi o único representante do Partido Liberal na Câmara a não assinar o pedido de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos manifestantes que o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou pelos ataques de 8 de janeiro.
O sistema da Casa indica a existência de mais um ‘rebelde’, o parlamentar Robinson Faria. Ele não aderiu à proposta. No entanto, o deputado não está mais na sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em dezembro de 2024, ele migrou para o Republicanos, conforme a sua assessoria. Robinson é pai de Fábio Faria (PP-RN), ministro das Comunicações no governo de Bolsonaro.
Anistia tem o apoio de 88 deputados do partido
Além da dupla, o requerimento de urgência também acabou sem o aval formal do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do líder da oposição na Câmara, coronel Zucco (RS). Neste caso, porém, a razão é procedimental, uma vez que ambos assinaram o pedido como líderes, e não como deputados. A situação anula a assinatura de ambos.
Desse modo, a proposta teve a chancela de 88 parlamentares do PL, o equivalente a um terço das 262 assinaturas. A negativa de Rodrigues ao pedido teria relação também com a sua proximidade ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Os dois se conhecem há 30 anos. Em novembro do ano passado, elogiou publicamente o magistrado: “O que o ministro faz é muito bem feito. Eu admiro a atitude e a coragem de Alexandre de Moraes”, disse, ao jornal Estado de São Paulo.

Eleito em 2022 com 73.054 votos por São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues, de 64 anos, está no primeiro mandato na Câmara. O parlamentar, contudo, já ocupou uma cadeira no Senado em 2012. Na época, ele assumiu como primeiro suplente depois da Marta Suplicy, que foi para o governo como ministra da Cultura.
Dois anos depois, Rodrigues deixou o Congresso ao receber convite da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para assumir o Ministério dos Transportes, pasta que ocupou até o impeachment da petista, em 2016.
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