A oposição na Câmara dos Deputados suspendeu a obstrução que estava promovendo nas comissões e no plenário da Casa. A decisão se dá dois dias depois do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ser atacado no ato da Avenida Paulista, em São Paulo (SP), pela anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro.
O anúncio do fim da obstrução foi feito pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), na rede social X. “Estamos apostando no diálogo com os colegas parlamentares, que vêm se sensibilizando com essa pauta de justiça, de humanidade e de pacificação nacional”, disse.
Desde 25 de março a oposição vinha tentando obstruir os trabalhos na Câmara a fim de pressionar Motta a pautar o projeto de lei (PL) da anistia, mas sem sucesso. O presidente da Câmara não cedeu e já deu sinalizações que o projeto não deve avançar neste momento.
Durante as duas semanas em que vigorou a tentativa de obstrução, houve falhas na articulação e a oposição não conseguiu paralisar totalmente os trabalhos na Casa.
Na semana passada, o agronegócio, que tem uma grande ala bolsonarista, se impôs para votar o projeto de lei (PL) da Reciprocidade, que estabelece critérios para a reação brasileira a barreiras comerciais de outros países.
Na publicação desta terça, Sóstenes disse que já conseguiu 199 das 257 assinaturas necessárias para que o projeto seja levado direto ao plenário da Câmara.
As últimas duas pesquisas divulgadas sobre o tema, da Quaest e do Datafolha, mostraram que 56% da população é contrária a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
Na manifestação bolsonarista de domingo (6/4), o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, disse que Motta não era um aliado. Ao discursar, ele atacou o presidente da Câmara. “Você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, disse o pastor.
