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Ex-secretário tentou blindar Torres de live com Bolsonaro sobre urnas

O ex-assessor e ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Antônio Ramirez Lorenzo afirmou que tentou blindar o ex-ministro Anderson Torres de live com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que apontaria “fraudes” nas urnas eletrônicas.

Lorenzo depõe, na manhã desta quarta-feira (28/5), como testemunha de defesa de Torres no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, em audiência conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Quando ocupava o papel de assessor direto do ex-ministro, Lorenzo pontuou que a intenção de blindar Torres ocorreu em razão de o tema da pauta da live era considerada “polêmica” — logo que, inicialmente, a transmissão ocorreria no próprio Ministério da Justiça.

“Foi um evento bastante emblemático no ministério. Recebi uma ligação informando que naquela semana haveria uma live tradicional com o presidente, e a pauta seria urnas eletrônicas. Fiquei surpreso e, em seguida, fomos despachar com o ministro”, citou o ex-assessor.

“Eu falei: ‘Ministro, a live será no MJ, e a pauta será sobre urnas eletrônicas’. Eu quis retirar a pauta do MJ. A segunda medida seria diminuir a exposição dele nessa live, e a terceira linha de ação seria buscar algum conteúdo essencialmente técnico. Algo que pudesse ser dito sem nenhum comprometimento”, acrescentou Lorenzo.

O ex-assessor pontuou que, quando recebeu o telefonema, considerou a pauta da live bastante “polêmica” e “complicada”. “Falei para que, ‘olhe, ministro, a nossa sugestão é que, se o sr. for chamado, fale essas questões técnicas da Polícia Federal (PF) e evite exposição’. Conseguimos que ele não ficasse sentado ali o tempo inteiro. Por muito pouco, ele não participou”, citou.

Até agora, o Supremo ouviu testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) — ou seja, de acusação —, além de depoentes apontados pelo colaborador e ex-ajudante de ordens Mauro Cid; pelo general Walter Souza Braga Netto; pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); pelo ex-comandante da Marinha, almirante Garnier Santos; e pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

Papel de Anderson Torres

Ao denunciar Anderson Torres, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal integrou uma organização criminosa desde junho de 2021.

De acordo com a acusação, o grupo, que seria liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria atuado nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e “utilizou violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito”.

O primeiro indício da participação de Torres na suposta trama, segundo Gonet, remonta a uma live de Bolsonaro em 2018, na qual o então ministro “contribuiu para a propagação de notícias inidôneas sobre o sistema eletrônico de votação”.

Com relação especificamente aos atos do 8 de Janeiro, Gonet apontou que Torres e outros integrantes das forças de segurança “revelaram descumprimento deliberado do dever que se lhes impunha, no âmbito das suas responsabilidades na segurança pública, de prevenir exatamente as barbaridades ocorridas”.

“A gravidade das informações que deixaram de ser compartilhadas confirma que houve omissão dolosa dos garantes da ordem pública, em prol do plano disruptivo da organização criminosa. Não cumpriram os deveres inerentes à responsabilidade de evitar os eventos danosos”, declarou o procurador-geral.

Anderson Torres nega todas as acusações.

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