• Home
  • POLÍTICA
  • Funcionário do Itamaraty sugeriu ‘meter o cacete’ em indígenas

Funcionário do Itamaraty sugeriu ‘meter o cacete’ em indígenas

A sugestão de “meter o cacete” nos indígenas que participariam de uma marcha em Brasília na última quinta-feira, 10, partiu de um funcionário do Itamaraty, durante reunião organizada pelo governo do Distrito Federal. O encontro, realizado no dia anterior, de forma híbrida, visava discutir medidas de segurança para o ato, ligado ao Acampamento Terra Livre (ATL).

Na noite do protesto, a Polícia Legislativa lançou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta nos indígenas. O grupo se aproximava do Congresso Nacional.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

Durante a reunião, quando se discutia a possibilidade de acesso dos manifestantes à Praça dos Três Poderes, um participante identificado como “iPhonedeca” afirmou, sem mostrar o rosto: “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça, pronto”. 

A pessoa posteriormente foi identificada como Aldegundes Batista Miranda, conhecido como Aldegundes Deca, funcionário administrativo da Divisão de Recursos Logísticos do Itamaraty. O ministério repudiou o comentário, informou ter destituído Aldegundes da função nesta sexta-feira, 11.

“O funcionário, integrante da carreira do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo, foi destituído, no mesmo dia, da função administrativa que ocupava no Setor de Proteção a Pessoas e ao Patrimônio (Sepro) da Divisão de Recursos Logísticos deste ministério”, disse o Itamaraty. “O caso foi remetido à Corregedoria do Ministério das Relações Exteriores para apuração de responsabilidade.”

Funcionário do Itamaraty nega ter se referido aos indígenas 

Em comentário ao jornal Folha de S.Paulo, Aldegundes se apresentou como chefe de segurança do órgão e negou ter se referido aos indígenas com a expressão “meter o cacete”. Ele afirma ter informado seus superiores que teria uma consulta médica no horário da reunião, mas ainda assim foi incluído na videoconferência, de modo remoto.

Aldeguntes conta que, durante a reunião, um representante dos povos indígenas mencionou a intenção do grupo de se dirigir à praça dos Três Poderes, mesmo com autorização da Justiça apenas a uma delegação de 15 pessoas.

Ele teria, então comentado com uma pessoa ao lado — que não fazia parte da reunião — que, caso houvesse bagunça, era  favorável a manifestações no local desde que não houvesse bagunça. Caso contrário, era favorável a “meter o cacete”. Ele disse ainda que não sabia que o microfone do celular estava ativado.

“Em nenhum momento eu me referi aos indígenas, penso que qualquer pessoa que fizer baderna a polícia tem que meter o cacete para defender o patrimônio”, afirmou à Folha. “Pode ser branco, preto, indígena, qualquer um.”

Participantes da reunião relataram que o homem não se identificou e deixou a reunião logo depois do comentário. Na ata do encontro, à qual a Folha teve acesso, o participante online foi identificado apenas como “iPhonedeca”; no campo destinado ao órgão e unidade, consta apenas “MRE (Ministério das Relações Exteriores)”.

Manifestantes estão acampados há quase uma semana

O Itamaraty costuma participar das reuniões de segurança do governo do Distrito Federal por causa do túnel que liga o palácio à Praça dos Três Poderes — a abertura ou fechamento depende de autorização da Secretaria de Segurança Pública.

Na manifestação de quinta-feira, indígenas foram alvo da Polícia Legislativa antes de chegarem à praça. Em resposta, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil pediu ao Ministério Público Federal a investigação do caso.

“O que era uma ameaça, proferida até aquele momento por um suposto agente de segurança pública, se materializou na desproporcionalidade da atuação policial”, diz a entidade.

A manifestação fez parte dos atos do Acampamento Terra Livre, que acontece desde a última segunda-feira, 7, em Brasília. O acampamento reúne milhares de indígenas, de povos diferentes, inclusive de outros países.

Os atos pressionam o governo Lula pela demarcação de terras, o Supremo Tribunal Federal contra o marco temporal e criticam o Congresso por flexibilizar leis de proteção às comunidades.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

PSDB no Senado dá sinal verde para anistia

A oposição no Senado Federal vê com apreensão a eventual chegada do projeto de anistia…

PF prepara nova ofensiva contra réus foragidos do 8/1 na Argentina

A Polícia Federal (PF) prepara nova ofensiva contra os réus do 8 de Janeiro que…

Nos pênaltis, Brasil é campeão do Sul-Americano Sub-17

O Brasil é campeão Sul-Americano Sub-17! Nos pênaltis, a Seleção Brasileira venceu a Colômbia por…