• Home
  • BRASIL
  • Governo Lula se enreda em nova crise com ruído em torno do IOF

Governo Lula se enreda em nova crise com ruído em torno do IOF

Enquanto ainda colhe prejuízos do escândalo envolvendo descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se vê envolto em mais uma crise: mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que geraram ruídos e obrigaram o governo a recuar.

As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira (22/5) visavam o aumento da arrecadação. No entanto, a reação negativa do mercado financeiro fez com que a pasta voltasse atrás em alguns pontos, horas depois. O desgaste nas redes, porém, prossegue.

Entenda os recuos

  • Um dos trechos revogados diz respeito às aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior.
  • Originalmente, a alíquota para tal movimentação era zero. Com as mudanças anunciadas pela Fazenda, foi implementada a taxação equivalente a 3,5%. Horas depois, o governo recuou e voltou a zerar o IOF para esse tipo de transação.
  • O segundo ponto refere-se à cobrança de IOF sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas. O Ministério da Fazenda esclareceu que as remessas destinadas a investimentos continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1% – ou seja, sem alterações.

Para especialistas ouvidos pelo Metrópoles, a gestão petista ainda patina em se comunicar de forma clara, sobretudo nas redes sociais, o que abre margem para distorções.

“Hoje, com o advento da internet, o governo precisa primeiro desenvolver bem a ideia e considerar todas as variáveis envolvidas e possíveis retornos de opinião para só depois lançar [ações] na mídia, porém de forma detalhada. Infelizmente, como o atual governo não domina a linguagem das redes, o resultado acaba sem uma enxurrada de ruídos”, diz o especialista Daniel Dubosselard Zimmermann, professor do MBA Marketing Político e Campanhas Eleitorais da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

“Qualquer erro de comunicação em uma sociedade polarizada como a nossa afeta a imagem do governo. E mais esse problema apenas se soma aos erros anteriores”, avalia Zimmermann.

Para Paulo Ramirez, professor de ciências políticas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), os impactos dessa alteração na imagem do presidente Lula são pontuais, uma vez que a medida não afeta grande parte da população brasileira, que não realiza compras no exterior. No entanto, ele afirma que o governo precisa mudar de postura em relação à divulgação das ações.

“O ideal seria insinuar o que poderia fazer, esperar a reação da sociedade, esperar, inclusive, que influencers ligados ao governo ou, de alguma forma, simpatizantes a ele, fizessem uma espécie de contra-ataque contra aqueles que se opõem ao governo e, depois, observar qual o resultado, se vale ou não vale a pena tomar essas medidas, mas não o que ocorre com o presidente Lula”, pontua Ramirez.

5 imagensFechar modal.1 de 5

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo2 de 5

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo3 de 5

Gil Ferreira/SRI4 de 5

Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto5 de 5

Hugo Barreto/Metrópoles

Resposta

Ainda na noite de quinta-feira, logo após o anúncio, os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais, e Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação (Secom), se reuniram e discutiram o impacto das medidas. Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não estavam presentes.

Segundo auxiliares do petista, o anúncio das mudanças no IOF não passou pelo crivo da Secom, que tem sido a responsável por gerenciar as crises. Apesar do erro, a avaliação do entorno de Lula é que a Fazenda agiu rápido para evitar repercussões maiores.

Impacto na arrecadação

O IOF incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro. Com o decreto que trouxe mudanças na regulamentação do tributo, o governo estimava arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 – ou seja: R$ 61,5 bilhões em dois anos.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a revogação dos dois pontos deve acarretar na ampliação do contingenciamento de gastos, divulgado na quinta. Na ocasião, a equipe econômica anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas programadas para 2025.

“Podemos ter que ampliar o contingenciamento ou uma coisa desse tipo, fazer um ajuste nessa faixa”, esclareceu o ministro.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Taxistas são flagrados brigando com faca e revólver em Goiana

Um vídeo feito por uma câmera de segurança flagrou uma briga entre dois taxistas da…

Napoli vence o Cagliari e é campeão italiano pela quarta vez

O Napoli se consagrou tetracampeão italiano, nesta sexta-feira (23/5), com a vitória por 2 x…

Caso Daniel Silveira pesa contra Moraes, diz advogado

O advogado Paulo Faria, que integra a defesa de Daniel Silveira, levou pessoalmente o caso…