O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê como inevitável a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional. O objetivo da ação é investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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De acordo com o jornal O Globo, o Planalto avalia estratégias para disputar cargos na comissão. O objetivo é ter protagonismo no colegiado. Além disso, a ideia dos parlamentares de esquerda é trabalhar para influenciar o maior número possível de integrantes da CPMI para blindar Lula. Eles também querem culpar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo escândalo.
Nesta sexta-feira, 16, Lula se reuniu com ministros e líderes para discutir o apoio do governo à CPMI que vai investigar as fraudes na previdência.
O INSS comunicou que recebeu mais de 1 milhão de respostas de beneficiários afetados por descontos para entidades associativas. Desse total, cerca de 950 mil não reconhecem vínculo com as organizações cobradoras.
Discussões sobre o escândalo no INSS
No Senado, houve discussões acaloradas sobre o escândalo entre o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
Queiroz responsabilizou as medidas provisórias aprovadas de 2019 a 2022 pelo aumento das fraudes. Segundo o ministro, “foi naquele momento que o ‘ladrão’ entrou na casa”.


De acordo com o chefe da Previdência, as alterações legislativas durante o governo Bolsonaro flexibilizaram exigências de revalidação para descontos em folha, o que teria ampliado o número de entidades aptas a fazer cobranças.
Em entrevista a Oeste, Moro subiu o tom nas críticas ao governo Lula ao acusar a atual gestão de “omissão” diante do escândalo.
Governo agiu “tardiamente”


Segundo o parlamentar, Queiroz teria agido “tardiamente” e de forma “incompleta”, para tentar “acobertar” o esquema de fraude. Durante as discussões no Senado, Moro indagou o ministro de Lula sobre as atitudes tomadas diante das primeiras denúncias.