O ex-ministro da Casa Civil da gestão Bolsonaro e senador Ciro Nogueira (PP-PI) deu entrevista ao Metrópoles na quinta-feira (20/2), no estúdio do portal, em Brasília.
Na entrevista, o senador falou sobre a denúncia por tentativa de golpe de estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a delação de Mauro Cid, o cenário eleitoral para a direita nas eleições de 2026, os novos presidentes da Câmara e do Senado e outros assuntos.
Assista (22min34s):
Leia abaixo a entrevista na íntegra:
Metrópoles: Senador, gostaria de começar falando sobre o assunto da semana, que é a denúncia contra o ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe e também outros quatro crimes, envolvendo até organização criminosa. Você já saiu em defesa publicamente do ex-presidente, diz que acredita que ele é inocente. Também diz que ele é um homem bom. Queria saber como o senhor está vendo a linha de defesa do ex-presidente. Você avalia que está sendo correta? E se o senhor acha que essa linha de defesa, de falar em perseguição política faz sentido na hora de se defender?
Ciro Nogueira: Olha, nós temos que respeitar todo o trabalho que a PGR fez, o direito de fazer a denúncia. Nós já tivemos muitos casos no nosso país de denúncias que não foram aceitas pelo próprio Supremo, que depois, bem depois de aceitas pelo Judiciário, são revistas pelo próprio Supremo.
Eu acho que nós estamos vivendo um momento muito difícil da vida pública nacional, em que grande parte do esforço que nós temos em Brasília, das atenções que nós temos em Brasília, o tempo que a mídia que a população pede olhando para trás, para situações que não ajudam em nada a população brasileira hoje, que está com problema de segurança, está cobrando de emprego, de renda, está com problema de se alimentar. Muito triste.
Eu tenho convicção, certeza absoluta, que nós temos um ex-presidente correto, sério e que eu digo talvez seja o homem público mais bem intencionado que eu já conheci na minha vida.O presidente Bolsonaro não teve culpa. Era muito difícil um ministro da Casa Civil tão presente como eu era, não ter presenciado nada, nenhum ato, ter feito a transição de forma correta.
Um homem que sempre disputou as eleições no voto e foi sempre eleito no voto popular, respeitando sempre a democracia. Eu tenho convicção da sua inocência. Eu tenho certeza que se ele tiver um julgamento limpo, honesto e isento, ele será absolvido e essa denúncia será arquivada.
Metrópoles: Senador, em um dos momentos da delação do Mauro Cid, ele cita um grupo específico que falava que o presidente devia mandar as pessoas para casa dos acampamentos e tirar as pessoas dos acampamentos. Falar: olha, está na hora de voltar para casa e virar um grande líder da oposição. Mesmo para unir a oposição em torno de fazer críticas contundentes ao governo Lula desde o dia zero do governo. E dentro desse grupo estaria o senhor. O senhor fez esse movimento mesmo desde o início, logo que acabou ali o segundo turno?
Ciro Nogueira: Lógico, era o correto. E é o que aconteceu e é o que o presidente respeitou. Lógico que se chegou alguém com a ideias loucas de golpe de Estado, ainda bem que o presidente não respeitou isso e nós fizemos a transição. O presidente, quando aconteceu aqueles atos [8/1], nem no Brasil estava certo, se recolheu, se sentiu injustiçado e foi injustiçado nessa eleição. Mas nós temos que respeitar.
Fizemos a transição, o presidente novo assumiu. Só que é um presidente que assumiu o governo olhando para trás e querendo dividir o país mais ainda. E criar uma narrativa de golpe o tempo todo para ser a cortina de fumaça sobre tudo aquilo que ele prometeu e não cumpriu.
E aí fica: ah, não é a picanha. Cadê o avião que eu não viajei? Cadê o emprego? Cadê melhoria? Não teve golpe, Teve golpe, teve golpe? Então isso é uma cortina de fumaça.
Grande parte da mídia embarcou nessa discussão e, infelizmente, nós estamos vivendo esse momento de visão ainda exacerbada do nosso país, que tem feito muito mal ao nosso povo, principalmente as pessoas mais humildes, mais pobres, que precisariam dos nossos homens públicos cuidando dela, protegendo ela. E isso não está acontecendo, infelizmente, no nosso país.
Metrópoles: O senhor avalia que foi um erro o ex-presidente não ter seguido o conselho dos senhores de ter mandado as pessoas voltarem para casa? Porque ele, de fato, não fez um discurso incisivo na época que tinha apoiadores dele ali na porta dos quartéis, pedindo intervenções e até com manifestações antidemocráticas. O presidente, ele ficou em silêncio. Ele não se manifestou enfaticamente, pedindo para que essas pessoas retornassem essas casas. Não falou: olha, vamos fazer uma oposição, mas não da forma que se dá nesse momento, de ficar ali na frente dos quartéis.
Ciro Nogueira: O presidente saiu da eleição se sentindo injustiçado. E foi injustiçado no processo eleitoral. O TSE, e mesmo as decisões que tomou, influiu drasticamente no resultado da eleição. Decisões absurdas que foram cometidas no tempo de televisão, aquelas imagens do presidente com uma falta de ar. Aquilo decidiu a eleição. Aquele não poderia ter permanecido no ar. Então ele soube.
Ele decidiu que foi prejudicado pelo TSE naquela época. E foi, no meu ponto de vista. Saiu muito magoado, muito ressentido. Eu aconselhei ele a pedir para que essas pessoas voltassem para casa, mas é uma decisão dele. E nós temos que respeitar essa decisão que ele tomou naquele momento.
Metrópoles: Agora, olhando para frente, o senhor sempre defendeu, e isso é público, que a direita se una em 2026, tenha um candidato único justamente para não pulverizar votos, não dividir votos com a esquerda ou com outro candidato de centro que possa aparecer. Como fazer isso com o presidente Bolsonaro insistindo que vai manter ali sua candidatura até o momento que puder? Vale lembrar, para quem está nos assistindo, que neste momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ciro Nogueira: É um direito dele. Ele se sente injustiçado. Eu acho que é uma loucura você imaginar um presidente líder de milhões de brasileiros que está em primeiro lugar nas pesquisas não poder ser candidato por conta de uma reunião com embaixadores. Pelo amor de Deus! É inacreditável. Vamos tentar rever isso.
Espero que seja revisto, seja dos processos que ainda tem, dos recurso que ainda tem, seja por uma decisão do Congresso Nacional, para que a gente possa dar o direito à população escolher o seu governante e escolher o seu presidente.
Como podemos impedir que uma pessoa que está em primeiro lugar nas pesquisas não poder ser candidato por conta de uma reunião com embaixador? Então, é um direito que ele tem, com o mesmo direito que o presidente Lula tem de ser candidato ou não. Isso vai decidir lá na frente. Só que eu prefiro a situação do Bolsonaro, que pelo menos a população o quer.
O Lula, se não for candidato, é porque a população não quer. Então eu prefiro estar na pele de um líder de milhões de brasileiro que é amado, que pode sair nas ruas, que é a única pessoa hoje no nosso país capaz de mobilizar multidões e nós estaremos com ele.
Não tenha dúvida que a direita e o centro estará unido nessa eleição e nós estamos aguardando o comando do presidente, se ele vai poder ser candidato, senão a decisão vai ser dele. Quem será o nosso candidato. Lógico, discutindo com os partidos, respeitando a opinião pública, respeitando a vontade popular. Mas eu não tenho dúvida que o centro e a direita voltarão ao poder em 2026.
Metrópoles: Você citou o presidente Lula e ele adotou essa estratégia semelhante ao do ex-presidente Bolsonaro lá em 2018, acabou não conseguindo e o PT acabou perdendo eleição, mesmo tendo o apoio do agora atual presidente Lula. O senhor acha que se ficar muito perto a direita tem riscos? Se o ex-presidente Bolsonaro desistir muito perto da eleição e colocar um candidato, por mais que tenha o apoio do ex-presidente, fica mais difícil convencer o eleitor?
Ciro Nogueira: Olha, qualquer candidato do presidente Bolsonaro, qualquer candidato, se ele colocar, me apoiar, eu vou para mais de 30 pontos, fico a 10, 12 pontos do Lula. E alguns candidatos já estão até superando. A dona Michelle. O Flávio Bolsonaro, O Tarcísio se tiver o apoio. Então, é um processo completamente diferente.
Eu acho que se o presidente for apoiar o Tarcísio, o Ratinho [Jr.], tem que decidir esse ano. Porque eles têm que renunciar os seus mandatos lá em abril do próximo ano. Se ele for insistir até o final é porque ele vai colocar um vai lutar para ter o direito de ser candidato e se não for, vai ser um dos seus filhos, o candidato, o Flávio ou o Eduardo.
Metrópoles: Senador, o senhor fala de outros candidatos. A sua escolha pessoal, se pudesse ponderar e defender alguma candidatura num cenário que o ex-presidente não consiga. O senhor tem um nome que o senhor defenda?
Ciro Nogueira: Eu gostaria de votar em um Bolsonaro. Não sei, se possível. Jair é o meu candidato, mas se não, minha preferência está na família Bolsonaro.
Metrópoles: Na família Bolsonaro, tanto os filhos quanto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro?
Ciro Nogueira: Eu tenho uma aproximação maior com Flávio, tenho uma lealdade, mas tenho um respeito enorme pelo Eduardo. Seriam dois grandes candidatos.
Metrópoles: Agora, a gente volta para o Congresso para falar um pouquinho dessa mudança. Passamos por uma mudança de presidência do Senado, mudança no presidente da Câmara. Eu queria falar no Senado primeiro, que é a Casa do senhor. O presidente Davi Alcolumbre assumiu no início do mês. Como o senhor avalia essa mudança? Como você acha que vai ser uma gestão Alcolumbre dentro do Senado?
Ciro Nogueira: Olha o Congresso Nacional, com toda uma demonstração de maturidade, de nós estarmos unidos agora, seja na Câmara, seja no Senado, com a escolha desses dois grandes grandes presidentes que tanto quanto o Davi, que num processo político que tem tanta divergência que só se fala em polarização e divisão em disputa, nós temos capacidade de eleger dois presidentes, com quase unanimidade, com apoio de PT e PL.
Isso é uma demonstração e nós queremos estar unidos para enfrentar esse momento que o país vive. E ele sai muito forte. A integração que não havia na época do Rodrigo e do Artur, hoje está total entre o Davi agindo junto. Vão fazer reuniões conjuntas da própria mesa. Isso é uma demonstração clara e até de afirmação do Poder Legislativo no nosso país.
E isso é muito importante. Nós estamos muito felizes e a perspectiva é muito boa para o futuro do Congresso Nacional.
Metrópoles: Senador, na quarta feira (19/2), senador Davi deu uma declaração em relação ao PL da Anistia. Falou que isso não é assunto dos brasileiros nesse momento, colocando ali um freio basicamente nos apelos da oposição em relação a esse projeto. Como o senhor viu essa fala? E como que o senhor analisa esse cenário de tentar novamente emplacar o PL da Anistia?
Ciro Nogueira: Eu acho que é fundamental. Isso é um direito dos senadores votarem e definir se querem ou não. Isso não é opção do presidente da Câmara nem do presidente do Senado. Nós não elegemos o presidente da Câmara, do Senado para dizer o que vai ser votado, o que não vai ser votado. Nós temos que respeitar até o direito da minoria de votar as questões e pautar se isso for a vontade dela.
Então, eu espero que o presidente coloque em votação. Acho que a população brasileira quer essa anistia. Nós temos que virar essa página e condenar essas pessoas que estão hoje presas a penas absurdas na forma correta. Eu não defendo jamais que elas saiam completamente isentas. Elas têm que pagar por vandalismo, por invadir prédios públicos, até como exemplo no nosso país, para que isso não se repita.
Agora, condenar uma pessoa que quebrou um vidro do Congresso Nacional ou do Supremo a uma pena maior de quem mata quem rouba, quem estupra o nosso país é um absurdo, certo?
Metrópoles: Senador, não poderia deixar de falar também do presidente da Câmara, Hugo Motta, embora não é a sua Casa, o senhor é um grande conselheiro do presidente Hugo Motta. Você acha que a idade dele, 35 anos, o presidente mais novo da história da Câmara, vai ajudar a trazer um perfil novo para a Câmara dos Deputados?
Ciro Nogueira: Eu não tenho dúvida. Porque existia, eu via até no início uma certa dúvida de meu Deus, colocar um jovem de 35 anos de idade já para comandar um Poder tão importante como o Poder Legislativo e a Câmara dos Deputados. Mas se tinha essa dúvida, eu que conheço e sabia que isso não ia prosperar, essa dúvida, hoje já não temos. Pela sua postura, pela forma que ele se comunica.
Eu acho que tem que haver uma interação maior dos presidentes das duas Casas. Eu aconselho até o Davi também ir isso. Para mostrar para pessoas têm que ser ali porque temos um presidente da Câmara, um jovem que representa grande parcela da população, mas é um jovem que já tem quatro mandatos.
Dos candidatos, para você que tem em casa, que estavam colocados, que é o Marcos Pereira, que é um grande presidente, como o Elmar, o Brito, que eram pessoas que poderiam ser grandes presidentes, mas o Hugo é o mais experiente, com mais tempo de mandato, então era uma pessoa que para mim não é surpresa. O sucesso que ele está tendo e vai ser um grande presidente que marcará época na nossa casa.
Metrópoles: Gostaria também de tratar de um outro assunto que veio da oposição nas últimas semanas, que foi inclusive defendido pelo ex-presidente Bolsonaro, que seria uma alteração ali na Lei da Ficha Limpa. Essa proposta do deputado Bibo Nunes, do PL de Rio Grande do Sul e que iria mudar a proposta inicial e mudar a legibilidade de oito para dois anos. O senhor acha que esse projeto tem chance de avançar? E como se ouviu essa movimentação?
Ciro Nogueira: Eu sou contra. Na essência, ele pode ser uma coisa boa para beneficiar algumas pessoas que estão sendo injustiçadas, mas com isso nós vamos trazer de volta pessoas que cometeram atos de corrupção no nosso país, que tem que ser afastado da vida pública. Então, sou contra. Não é a forma correta de nós enfrentarmos esse problema. A Lei da Ficha tem que ser regulamentada para que a pessoa seja afastada por oito anos.
Também não concordo que as pessoas, por conta de alguns erros e situações, fiquem 18 anos, como acontece em alguns casos no nosso país. Mas nós temos que respeitar oito anos, duas eleições. Eu acho que é mais do que correto, É a volta de pessoas que foram afastadas por processo de corrupção no nosso país. Não pode acontecer.
Metrópoles: O senhor acha que a justificativa de uma ala da oposição falando que isso poderia ajudar a reabilitar o ex-presidente Bolsonaro para 2026 não é válida?
Ciro Nogueira: Não. Nós temos que ter coragem de votar e anistiar o presidente para que a população brasileira tenha esse direito de votar ou não nele.
Metrópoles: Nesse início de ano houve as negociações no Senado que já se resolver em torno das comissões. Na Câmara. ainda está havendo esse debate, mas há também uma questão muito crucial para o Parlamento, que são as emendas parlamentares. O próximo dia 27 tem uma audiência entre o ministro do Supremo, Flávio Dino, o presidente Davi, o presidente Hugo, tanto ali representando a Câmara como no Senado. Como o senhor está vendo esse histórico de embate do Congresso com o Judiciário em relação às emendas? E se o senhor vê que isso deve se resolver aí num futuro próximo?
Ciro Nogueira: Acredito que sim, o mais rapidamente possível. Nós temos que cumprir as determinações do Supremo e dar total transparência a essa questão. Eu acho que é que esse sirva de exemplo até para outras questões. Tem que ter transparência no Judiciário. Todos têm que ter transparência. No Executivo, esses absurdos que estão acontecendo, de colocar 100 anos de sigilo em cartões corporativos do presidente da República é uma loucura, absurdo isso. Então, sendo um recurso público, tem que estar 100% no Portal da Transparência.
Metrópoles: E falando de pautas agora para o ano de 2025, a gente sabe que o governo enfrenta um momento de fragilidade, fragilidade de popularidade. Mas também tem algumas pautas que são de interesse de todos ali no Congresso, independente de vir o governo federal, que é, por exemplo, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000. O senhor avalia que essas propostas do campo econômico, por mais que venham do governo num momento de fragilidade até de articulação frágil com o Congresso, devem avançar, devem correr o ano e serem aprovadas ainda em 2025?
Ciro Nogueira: Eu espero que sim. Se nós separarmos o que é importante para a população, o que é importante para o país, vai contar com o nosso apoio, independente se é uma proposta do governo ou se não. Eu faço oposição ao governo, não faço oposição ao Brasil. Agora, temos que acabar com essa história de ah, vão fazer reforma ministerial para trocar cargos por voto de deputado.
Isso é uma forma errada de se fazer política, que dava certo no primeiro mandato do Lula. Mas agora não dá mais. As pessoas não aceitam que o seu deputado seja eleito com o discurso e mude o seu discurso por conta de entrega de um cargo.
Então, mas se for propostas que sejam boas para a população e propostas que venham realmente não para enganar a população, como essa questão do imposto de renda. Imposto de renda, porque foi feito uma proposta no ano passado para vigorar em apenas 2026 e sem o menor tipo de razoabilidade no impacto financeiro, o que vai ter que se abrir mão de arrecadação, apenas no intuito de enganar a população.
Metrópoles: Senador, um tema que também surgiu no Congresso durante esse mês de fevereiro. Foi a questão do semipresidencialismo. Qual a sua avaliação sobre essa proposta de tornar o Brasil um país, tendo um presidente da República, mas sendo governado por um primeiro ministro?
Ciro Nogueira: Olha, eu sempre fui um parlamentarista na minha essência, mas a população. Se fizer e foi feito um plebiscito. E se fizer hoje novamente, ela não vai aceitar abrir mão do seu direito de escolher o seu presidente e que esse presidente tem o poder de governar. Nós fizemos uma loucura. Naquela época eu não era parlamentar. Foi uma loucura fazer a Constituinte para depois fazer o plebiscito.
Tinha que ser o contrário, fazer o plebiscito para depois fazer a Constituinte de acordo com a vontade popular. Mas é uma realidade que eu não vejo como mudar sem ter uma decisão da população. Não pode. O Congresso Nacional não pode usurpar esse direito dela.
Metrópoles: Senador, sobre a Federação com União Brasil PP Republicanos, Como está? Como estão as negociações e se o senhor acha que sai ainda no primeiro semestre, independente de ser os três ou dois partidos?
Ciro Nogueira: Olha, eu sou um defensor. Talvez seja dos três partidos o que tem mais lutado por essa federação e acho que está muito próximo de um desfecho sim. O que eu espero ainda, até o final de março, é ter a decisão definitiva. Se no final de março não estiver com ela sacramentado com os três partidos que eu defendo, com dois partidos, nós vamos virar essa página, vamos seguir em frente para fortalecer o nosso partido.
Se não se perde muito tempo com essas discussões, mas acho que tem muita chance dela acontecer. E ela, se ela acontecer, irá ser anunciada até o final de março.
Metrópoles: A posição do PP nestes próximos dois anos se mantém independente? O senhor, claro, é um nome de oposição. Há dentro do partido nomes governistas, mas há também nomes de oposição. Nenhuma chance do PP fazer nenhum movimento em relação ao governo de apoio.
Ciro Nogueira: Impossível de acontecer enquanto eu for presidente do partido.
Metrópoles: Para fechar a nossa entrevista, senador, queria perguntar as suas pretensões para 2026. O senhor pretende concorrer novamente ao Senado? Tem outra vaga em vista? Ou senhor acha que o Senado, mesmo nessa Casa, o senhor pretende ficar por lá?
Ciro Nogueira: Olha, eu tenho um sonho ainda de governar o meu estado, que é uma coisa que falta ainda para mim realizar todos os meus sonhos, o que eu penso para o Piauí de mudar a realidade daquelas pessoas que estão sendo enganadas há mais de 20 anos pelo Partido dos Trabalhadores.
Mas a população, eu fiz as pesquisas agora, me colocam em torno de 60% para o Senado, me quer como senador. Eu coloco até na qualitativa. As pessoas acham que se eu sair de Brasília, vai perder uma pessoa que é muito influente, que leva muito recurso para o Estado e eu tenho que respeitar a população. Então ela está decidindo. Eu devo ser candidato à reeleição pelo estado do Piauí.