Em discurso realizado durante cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí, nesta quinta-feira, 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou decisões administrativas do governo anterior e ironizou políticas de austeridade adotadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
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“Economizar para quem, cara pálida?”, perguntou, ao comentar a extinção de pastas como os Ministérios do Trabalho, da Cultura, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. “Para dar dinheiro para os ricos de sempre e as pessoas não terem dinheiro.”
Lula comparou os investimentos realizados por seu governo aos da gestão anterior e desafiou os opositores a apresentarem obras concretas. “Poderia desafiar fazendo a comparação entre os investimentos que nós fizemos em dois anos aqui e o investimento que o outro fez nos quatro anos que ele estragou esse país”, declarou.
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— Revista Oeste (@revistaoeste) May 31, 2025
O presidente criticou o congelamento de reajustes em áreas sociais durante os últimos anos. “A merenda escolar, que não chama mais merenda escolar, que é refeição, com sete anos sem aumento”, afirmou. “Salário mínimo, seis anos sem aumento. É de se perguntar o que fizeram nesse país.”
Em tom enfático, sustentou que o país voltou a crescer depois de sua volta ao Planalto: “Desde que nós deixamos a presidência em 2010 […] o Brasil só voltou a crescer acima de 3% quando nós voltamos à presidência”, afirmou Lula, que acusou a gestão anterior de “criar um gabinete do ódio para contar mentira 24 horas por dia durante 4 anos”.
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Conforme estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,9% em 2011, no primeiro ano do governo Dilma Rousseff (PT), e 5,0% em 2021, sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Com exceção de 2022, que registrou crescimento de exatos 3,0%, e de 2023, com 2,9%, as demais taxas depois de 2010 foram inferiores a 3% ou negativas — como nos anos de recessão de 2015 e 2016. O dado mais recente ainda não consolidado, referente a 2024, é estimado entre 2,0% e 2,2%.

A frase do presidente, portanto, é falsa do ponto de vista técnico e pode ser classificada como desinformação econômica, uma vez que transmite uma afirmação incorreta capaz de induzir o público a erro quanto ao desempenho de governos anteriores.
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