Durante uma coletiva de imprensa na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a classificar a intervenção de Israel na Faixa de Gaza como “genocídio”.
O petista foi enfático ao dizer que o ocorrido “não é uma guerra, mas, sim, um genocídio” e afirmou que espera que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa contribuir para o fim do conflito.
“Eu espero que ele [Donald Trump] possa dar uma contribuição para terminar o genocídio, a palavra eu vou repetir aqui, para terminar o genocídio na Faixa de Gaza. Aquilo não é uma guerra, aquilo é um genocídio”, disse Lula.
A declaração do presidente brasileiro surgiu depois de ele comentar os esforços de Trump para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. Lula destacou a importância de uma ação internacional eficaz para solucionar crises humanitárias como a de Gaza.
Lula critica a ONU

O presidente também criticou a ação da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação à situação em Gaza. Lula afirmou que as medidas da ONU não têm eficácia, porque a organização perdeu o respeito e a representatividade que possuía anteriormente.
Ele destacou que “as pessoas aprenderam a desrespeitar a ONU”, o que compromete sua capacidade de agir como referência global na mediação de conflitos.
Lula também defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de ampliar a quantidade de assentos e, assim, aumentar a legitimidade de suas decisões.
O presidente brasileiro sugeriu que uma ONU mais inclusiva poderia desempenhar um papel mais efetivo na resolução de conflitos internacionais, incluindo a situação no Oriente Médio.
Falas do presidente já causaram crise diplomática
A crise diplomática entre Brasil e Israel atingiu seu ápice depois de declarações do presidente Lula, em fevereiro de 2024. Durante uma coletiva na Etiópia, Lula comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, afirmando que “o que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus” .
A reação israelense foi imediata: o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou Lula persona non grata, e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro para uma repreensão no Museu do Holocausto, em Jerusalém, uma ação considerada fora dos padrões diplomáticos.
Em resposta, o governo brasileiro chamou de volta seu embaixador em Tel-Aviv e convocou o embaixador israelense no Brasil para esclarecimentos.
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