O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, na tarde desta sexta-feira, 2.
O Planalto emitiu uma nota que confirma a saída de Lupi, depois da entrega da sua carta de demissão. “O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro”, informou.
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Pelas redes sociais, o ex-ministro agradeceu a Lula pela “oportunidade” e disse que tomou a decisão “com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso que apuram possíveis irregularidades no INSS”.
Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade.
Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, +
— Carlos Lupi 🇧🇷🌹 (@CarlosLupiPDT) May 2, 2025
“Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, declarou. “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador. Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente.”
PDT pode romper com Lula
A saída de Lupi da pasta também marca o rompimento do PDT com o governo petista, o que já era desenhado nos bastidores pelo presidente da legenda, Ciro Gomes.
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A demissão de Lupi e a nomeação de Wolney Queiroz ainda serão oficializadas por meio de publicação extra do Diário Oficial da União (DOU), nesta sexta-feira, 2.
Para ampliar seu apoio no Congresso Nacional, Lula deve priorizar partidos do chamado “centrão”. Nestes primeiros meses, o petista encaminhou propostas importantes para o seu governo, que devem ser votadas: a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.


Lupi é demitido depois do escândalo do INSS
A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), apreendeu mais de R$ 40 milhões em bens e valores. Os mandados foram cumpridos contra suspeitos de envolvimento em esquema de fraudes no INSS.
A investigação apura a suspeita de descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pela autarquia. Os valores recolhidos eram repassados a associações que, supostamente, remuneravam serviços a essas pessoas.
Contudo, a PF mostra que a maioria dos descontos era feita sem a autorização dos aposentados e pensionistas. E que essas associações envolvidas fraudavam documentos e assinaturas para conseguir o desconto junto do INSS.
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