No ano em que o Brasil vai sediar Conferência das Partes (COP30), o país ainda convive com um número importante de escolas com problemas de saneamento. Cerca de 40% das unidades educacionais ainda contam com esgotamento sanitário realizado por fossa e 3,2% não conta com esgotamento.
Os números foram levantados pelo Metrópoles nos microdados do Censo Escolar de 2024, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no início deste mês.
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Unidades de ensino também apresentam deficiência na infraestrutura relacionada à sustentabilidade como baixo número de unidades de ensino com energia renovável.
O Censo Escolar é realizado todos os anos pelo Inep. Os dados ajudam a direcionar políticas públicas na educação do país.
A cidade de Belém recebe a COP no mês de novembro. O evento global vai discutir formas de amenizar as consequências da crise climática e também soluções de adaptação.
A COP30 está marcada para Belém do dia 10 de novembro a 21 de novembro, e terá a “Casa do Saneamento”, que coloca o tema do saneamento básico como destaque para o debate juntamente com soluções para a emergência climática.
Os números do Inep revelam que as escolas enfrentam também outros problemas de infraestrutura relacionadas a questões ambientais. Perguntados sobre a destinação do lixo para o serviço de coleta, por exemplo, 65,2% afirmaram não contar com a serventia. Já 34,8% possuem resultado positivo.
No que diz respeito a área de vegetação ou gramado, 65% das escolas afirmam não possuírem espaços do tipo e 35% contam com áreas com estas características. Quando o assunto é energia renovável, 96,8% ainda não contam com a alternativa, somente 3,2% são beneficiadas pelo serviço.
O portal entrou em contato com sete escolas dos estados do Acre e Minas Gerais, mas apenas duas, localizadas na região norte, forneceram informações à reportagem. Embora as unidades tenham respondido no Censo que não possuem esgotamento, as duas falaram ao Metrópoles sobre a existência de fossa.
O Censo também revelou que, do ponto de vista pedagógico, há pontos a desenvolver, como as 34,2% de escolas que não desenvolvem ações de educação ambiental.
Em nota o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) explicou a existência do Programa Dinheiro Direto na Escola, que destina anualmente recursos financeiros repassados às entidades participantes para a a promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica.
Outros números do Censo
O Brasil tem 47.088.922 estudantes matriculados. O número representa uma redução de 0,4% em relação a 2023. Conforme o levantamento atual, há 9.517.832 alunos em unidades privadas, o que representa pouco mais de 20% do total.
A educação infantil, que compreende creche e pré-escola, conta com 9.491.894 estudantes. Os demais estão no ensino fundamental (26.002.356), ensino médio (7.790.396), educação profissional (2.576.293), educação de jovens e adultos (EJA) (2.391.319) e educação especial (2.076.825). A soma das matrículas supera os 47 milhões de alunos porque um mesmo aluno pode pertencer a mais de uma modalidade, como ensino médio e educação especial, por exemplo.
Em todo o país, são 179.286 estabelecimentos de ensino. O ensino fundamental é a fase que possui mais unidades, com 120.935, seguido pela educação infantil, com 114.576.