Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que a investigação contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode resultar em condenação. O jornal O Globo divulgou as informações nesta terça-feira, 27.
O parlamentar licenciado, que está fora do país, sugeriu que sanções dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes poderiam acelerar seu retorno ao Brasil.
Cinco magistrados ouvidos pelo jornal avaliam que Eduardo cruzou o limite da crítica ao ameaçar, ainda que indiretamente, integrantes da Corte. Para eles, há indícios de coação a autoridades que atuam nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao STF postagens e entrevistas em que Eduardo defende publicamente punições a Moraes, como a suspensão de vistos e o bloqueio de cartões de crédito.
Segundo a PGR, o tom das declarações carrega propósito intimidador e revela tentativa de interferência nas ações judiciais em curso.
Aliados do deputado admitem que ele teme ser preso ao voltar ao Brasil. Em entrevista recente, Eduardo afirmou que só retornará depois que Washington D.C. impuser sanções a Moraes.
“Eu quero retornar, mas não posso levar uma pena de 12 anos na cabeça”, disse o deputado. “Eu não posso ficar na coleira do Moraes. Ele é que tem que ficar encoleirado no quadrado dele, dentro das competências dos Poderes.”
A reação da oposição preocupa os ministros do Supremo. A expectativa no tribunal é que a Câmara alegue imunidade parlamentar para tentar conter os efeitos jurídicos do inquérito.
Ainda assim, os ministros garantem que o processo terá celeridade e não será travado por pressões políticas.
Possíveis sanções dos EUA reacendem alerta no STF
O caso ganhou novos contornos quando o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, admitiu a possibilidade de sanções contra Moraes sob a gestão de Donald Trump.
Eduardo reagiu imediatamente: celebrou nas redes sociais com um “Venceremos” e passou a descrever, em entrevistas, o que espera que Washington D.C. imponha ao magistrado.
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O deputado foi além e advertiu que qualquer autoridade que mantenha relação com Moraes poderá ser alvo das mesmas punições.
A escalada elevou o desconforto institucional e reforçou a percepção, no STF, de que o filho do ex-presidente busca confrontar diretamente o sistema judiciário brasileiro.
