O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai reverter o quadro de inexigibilidade e voltar ao poder. Moraes teve seu perfil escrito e publicado pelo jornalista norte-americano Jon Lee Anderson na última edição da revista The New Yorker, na última segunda-feira (7/4).

O ministro do STF, Alexandre de Moraes
STF/Divulgação
Moraes analisa notícia-crime contra Bolsonaro por convocação de atos pela anistia do 8/1
Rosinei Coutinho/STF
Alexandre de Moraes pediu parecer da PGR sobre prisão de Bolsonaro
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Alexandre de Moraes é relator do inquérito do golpe
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Ministro Alexandre de Moraes é relator do inquérito sobre o 8/1
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Moraes foi questionado se havia um cenário em que Bolsonaro poderia retomar o poder. “É possível que Bolsonaro seja absolvido no processo criminal, porque o julgamento está apenas começando. Mas ele tem duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [que resultaram em] inelegibilidade. Então, não há possibilidade de seu retorno — porque ambos os casos já foram apelados e agora estão no Supremo Tribunal Federal. Somente o Supremo Tribunal Federal poderia revertê-los, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer”, disse Moraes.
O magistrado apontou que Michelle Bolsonaro e um dos filhos de Bolsonaro poderiam concorrer à Presidência, com seu endosso. No entanto, Moraes disse que nenhum deles—seja filhos ou esposa— “tem as mesmas relações com as Forças Armadas que ele tinha”.


Bolsonaro chamou petistas de feias e incomiveis
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Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
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Dos EUA, Eduardo Bolsonaro atacou o STF, Moraes e Paulo Gonet
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No último dia 26 de março, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República e tornou réu Bolsonaro e outros sete aliados por tramar suposta tentativa de golpe para anular as eleições de 2022, vencidas por Lula.
Ao jornalista Jon Lee Anderson , Moraes negou que Bolsonaro esteja enfrentando um julgamento imparcial.
“A responsabilidade de cada pessoa agora tem que ser determinada no tribunal, porque é quando eles apresentarão sua defesa”, disse Moraes. “Mas toda a narrativa de perseguição política, a alegação de inimizade pessoal, tudo isso entrou em colapso, porque não foi apenas a polícia federal que os acusou — o próprio procurador-geral decidiu prestar queixa.”