O senador Sergio Moro (União-PR) criticou, na quinta-feira 17, a decisão do governo brasileiro de conceder asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia. Em publicação no X, o parlamentar afirmou que Heredia é o “novo Cesare Battisti, o assassino asilado pelo PT”.
Nadine Heredia, a primeira-dama corrupta da Odebrecht, é o novo Cesare Battisti, o assassino asilado pelo PT. Lula tem uma queda por bandidos e prejudica a imagem do Brasil. pic.twitter.com/8y8BHii5ku
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 17, 2025
Moro também se referiu à ex-primeira-dama como “a primeira-dama corrupta da Odebrecht” e acrescentou: “Lula tem uma queda por bandidos e prejudica a imagem do Brasil”.
Nadine chegou a Brasília na quarta-feira 16, em um avião da Força Aérea Brasileira, acompanhada do filho menor de idade. O Brasil concedeu asilo diplomático a ambos.
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Segundo o Itamaraty, a concessão de asilo a Heredia foi formalizada na terça-feira (15.abr), com base na Convenção de Asilo Diplomático de 1954, assinada em Caracas. O Peru emitiu salvo-conduto para que Heredia e o filho deixassem o país.
Nadine X Battisti
A Justiça peruana condenou Nadine e o marido, o ex-presidente Ollanta Humala, a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2011.
Humala foi um dos ex-presidentes peruanos investigados na Operação Lava Jato. No Brasil, Moro atuou como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e conduziu os processos da operação em primeira instância.

O senador comparou o caso de Nadine ao do italiano Cesare Battisti. Ex-integrante de grupo armado nos “Anos de Chumbo” na Itália, Battisti foi condenado em 1993 à prisão perpétua por terrorismo e pelo assassinato de quatro pessoas.
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Battisti chegou ao Brasil em 2004. Em 2010, o STF autorizou a extradição, mas o então presidente Lula negou o pedido no último dia de seu segundo mandato. Ele foi preso na Bolívia em janeiro de 2019 e extraditado para a Itália. Em março do mesmo ano, confessou os crimes.


A Justiça peruana afirma que recursos da Odebrecht — atual Novonor — financiaram a campanha presidencial de 2011. Humala e a empresa negam as acusações. A sentença saiu depois de três anos de julgamento. Apesar de poderem recorrer, Humala e Heredia já cumprem pena.