O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, nesta quinta-feira, 17, que fechou um acordo para encerrar a greve de fome do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), que começou há uma semana. O parlamentar sofre um processo que pode levar à cassação do seu mandato.
Motta afirmou que se reuniu com a mulher de Glauber, Sâmia Bomfim (Psol-SP), e com o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), para fazer um acordo e encerrar a greve de fome. O psolista levou um colchão para o Plenário 5 da Casa, onde dormiu por oito dias.
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“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar”, afirmou Motta. “Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo.”
Em diálogo com a deputada @samiabomfim (PSOL/SP) e o líder do PT, @lindberghfarias (RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado @Glauber_Braga (PSOL/RJ).
Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da…
— Hugo Motta (@HugoMottaPB) April 17, 2025
Glauber também se pronunciou por meio de uma nota à imprensa. Ele afirmou que ficou mais de 200 horas sem comer e perdeu cerca de 5 quilos. O deputado federal disse ter ingerido apenas água, soro e isotônico durante o período. O psolista deve passar por acompanhamento médico para voltar a se alimentar normalmente.
“Vou anunciar a suspensão da greve de fome, mas quero fazer agradecimentos e depois falar da política: onde estamos, quais são as próximas etapas e para onde nós vamos”, afirmou Glauber.
Cassação de Glauber Braga

Em 9 de abril, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, a cassação de Glauber por quebra de decoro parlamentar. O psolista foi gravado por testemunhas enquanto expulsava um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara.
O caso aconteceu em 16 de abril de 2024. Gabriel Costenaro, do MBL, foi agredido com chutes por Glauber, dentro do Congresso Nacional. O parlamentar argumenta ter sido provocado pelo militante. Na época, ambos foram levados para o Departamento de Polícia Legislativa.
Em setembro do ano passado, o partido Novo apresentou a representação no Conselho de Ética da Câmara contra Glauber por agredir Costenaro. O militante do MBL participava de uma manifestação em apoio a motoristas de aplicativo, que ocorria dentro do Congresso Nacional.