A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira, 8, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. O motivo é a suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares. A decisão coloca em jogo a palavra do presidente Lula da Silva.
Em junho de 2024, quando a Polícia Federal (PF) indiciou o ministro, Lula disse que afastaria o auxiliar caso houvesse contra ele uma denúncia por parte da PGR, como de fato ocorreu. Na época, Lula deu a entender que iria aguardar o andamento do processo, pois ainda cabia etapas nos trâmites judiciais.
PGR: asfalto em estrada em fazenda da família
A PF investigou Juscelino depois de denúncias do jornal O Estado de São Paulo. Conforme reportagem em janeiro de 2023, Juscelino, então deputado federal, destinou recursos de emenda parlamentar para asfaltar uma estrada na cidade que passava pela fazenda da sua família.
Quando a PF acusou Juscelino, Lula disse ao ministro que se o procurador-geral o indiciasse, “ele [ministro] teria que mudar de posição”. Em entrevista ao site UOL, no período do episódio com a PF, jornalistas perguntaram ao presidente se haveria o afastamento em caso de denúncia. A resposta foi direta: “Vai ser afastado. Ele [Juscelino] sabe disso.”

O governo ainda não se posicionou sobre a denúncia nesta terça. A conversão do processo em denúncia pela PGR abre espaço para uma ação penal, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o entendimento da Procuradoria.
Os advogados de Juscelino disseram que ele é inocente e que a denúncia “não implica em culpa”. De acordo com o Estadão, entre os mais de R$ 50 milhões indicados por Juscelino em emendas, pelo menos R$ 5 milhões foram para asfaltar uma estrada que leva a uma de suas propriedades em uma fazenda em Vitorino Freire (MA), onde sua irmã foi prefeita.
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