O Partido Liberal (PL) demitiu o ex-ministro Fábio Wajngarten da função de assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão veio depois da revelação de mensagens trocadas entre ele e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O site Uol divulgou o diálogo. O conteúdo das conversas, de janeiro de 2021, expôs críticas à possível candidatura de Michelle Bolsonaro.
Na troca de mensagens, Wajngarten encaminhou uma reportagem sobre a possibilidade de o PL lançar a ex-primeira-dama como candidata. Em tom de desdém, Cid respondeu: “Prefiro o Lula”. O então assessor reforçou: “Idem”. O episódio causou mal-estar entre aliados de Bolsonaro e reforçou o racha interno sobre o protagonismo político de Michelle.
Presidente do PL: “Todo enrolado”
No dia 31 de janeiro de 2021, Wajngarten escreveu que o partido pagaria R$ 39 mil mensais à ex-primeira-dama “porque ela carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. Cid, porém, advertiu que Michelle sairia “destruída” se entrasse para a política.
“Acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas a personalidade dela. Eles vão usar tudo contra pra acabar com ela”, escreveu o militar. Ele ainda criticou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmando que “fala demais” e estava “todo enrolado” com “documentos e papéis”.
Em fevereiro do mesmo ano, Wajngarten voltou a tratar do tema ao compartilhar uma nova reportagem que especulava o nome de Michelle para o Senado. Segundo ele, questionou Bolsonaro se havia autorizado a articulação. O ex-assessor avaliou que a exposição da ex-primeira-dama traria apenas “matérias negativas”.
Cid concordou mais uma vez. Disse que Michelle “tem muito furo” e “muita coisa pra queimar, inclusive do passado”. A divulgação dessas mensagens contribuiu para a decisão do PL de afastar Wajngarten, num momento em que o partido tenta alinhar seu discurso para as eleições de 2026.
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