As campanhas dos prefeitos que venceram as eleições deste ano, no Brasil, gastaram até R$ 201 a cada voto obtido nas urnas. O dado é resultante do cruzamento entre as despesas informadas pelos candidatos, nas respectivas prestações de contas à Justiça eleitoral, e a votação final que lhes garantiram a vitória.
Levantamento feito pelo Metrópoles revela que o voto mais caro de prefeito eleito no país foi de Arthur Vieira (PP), vencedor da disputa em Riacho dos Cavalos (PB), município que fica a 428 quilômetros da capital João Pessoa. Ele informou uma despesa total de R$ 793,1 mil e obteve 3.929 votos, o que resultou numa razão de R$ 201,86 por cada voto conquistado.
Vieira é empresário, tem 25 anos, é estreante na política e travou uma disputa acirrada com o atual prefeito de Riacho dos Cavalos, Eudim de Dé (União), que tentou a reeleição. A diferença entre os dois foi de apenas 22 votos. A cidade tem 8.493 habitantes, conforme os dados do Censo de 2022.
De toda a receita arrecada pela candidatura do prefeito eleito, R$ 649,5 mil foram repassados pela direção nacional do Progressistas (PP) e R$ 50 mil pela direção nacional do Republicanos, partido do vice da chapa. Os maiores gastos informados foram com publicidade por materiais impressos (R$ 245,3 mil), comícios (R$ 116,8 mil) e serviços prestados por terceiros (R$ 82 mil).





Arthur Vieira, prefeito eleito em Riacho dos Cavalos (PB), e que teve o voto mais caro do Brasil, entre os eleitos, em relação aos gastos totais da campanha
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Arthur Vieira é estreante na política, tem 25 anos e venceu a disputa contra o atual prefeito da cidade
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Publicação recente das redes sociais de Arthur Vieira
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Júnior teve o segundo voto mais caro do país, entre os prefeitos eleitos, em relação ao total dos gastos de campanha
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Júnior Contador, prefeito eleito em Novo Santo Antônio, cidade do leste de Mato Grosso
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Elza, prefeita eleita em Altamira do Paraná, teve o terceiro voto mais caro do Brasil, entre os eleitos, em relação aos gastos totais da campanha
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Segundo voto mais caro foi em Mato Grosso
O segundo voto mais caro, entre os prefeitos eleitos, é de Mato Grosso. Cleomenes Júnior Dias Costa, o Júnior Contador (PSB), de 44 anos, venceu a disputa em Novo Santo Antônio (MT), cidade de apenas 2.015 habitantes e que fica a 965 km da capital Cuiabá.
Ele informou um gasto total na campanha de R$ 153,4 mil e obteve 850 votos, o que gerou uma divisão final de R$ 180,51 por cada voto conquistado. Júnior é servidor público municipal e disputou a prefeitura pela primeira vez. Ele havia sido candidato a vice em 2016, mas não se elegeu.
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De toda a receita acumulada pela campanha de Júnior, R$ 67.869,50 foram repassados pelo diretório estadual do PSB, mais R$ 30 mil pela direção nacional do Partido Liberal (PL) e R$ 30 mil pela direção nacional do Podemos. Os maiores gastos de Júnior Contador, de acordo com a prestação de contas, foram:
– Com combustíveis e lubrificantes: R$ 32.120,55;
– Publicidade por materiais impressos: R$ 21.533,00;
– Doações financeiras a outros candidatos e partidos: R$ 19.768,00;
– e atividades de militância e mobilização de rua: R$ 19.414,00.
Confira abaixo o ranking dos 100 eleitos que mais gastaram por voto recebido:
Campanha de prefeita no PR gastou R$ 175 por voto
O terceiro voto mais caro do ranking foi registrado no Paraná. A prefeita eleita Elza Aparecida da Silva (PSD), de Altamira do Paraná, cidade de 3.590 habitantes e que fica a 523 quilômetros da capital Curitiba, chegou a uma razão final de R$ 175,88 por cada voto conquistado.
Ela informou à Justiça Eleitoral, na prestação de contas, um gasto total da campanha de mais de R$ 310,2 mil e obteve 1.764 votos. Elza é ex-prefeita do município, eleita em 2012 e 2016, e decidiu disputar o cargo pela terceira vez este ano.
De toda a receita acumulada pela candidatura, R$ 200 mil foram repassados pela direção nacional do PSD, R$ 39,1 mil pela direção nacional do União Brasil e R$ 35 mil pela direção estadual do Progressistas (PP), partido do vice da chapa. Os maiores gastos de Elza foram com publicidade por materiais impressos (R$ 101,4 mil), despesas com pessoal (R$ 72,2 mil) e serviços advocatícios (R$ 37,7 mil).