O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar Israel pela guerra do Oriente Médio. Em nota publicada por meio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a gestão petista “condenou” ações militares do país judaico nos subúrbios ao sul de Beirute, capital do Líbano, na sexta-feira 28.
Um bombardeio atingiu a capital libanesa depois de uma evacuação do bairro realizada pelo Exército de Israel. De acordo com a agência de notícias Reuters, o alvo da ação era uma instalação de armazenamento de drones na área pertencente ao grupo terrorista Hezbollah.
BREAKING: The Israeli Air Force is heavily bombing Hezbollah in Beirut, Lebanon, following two rockets they fired at Israel this morning.
At least three Hezbollah terrorists have been eliminated so far. This is what a strong Israel looks like.
No more games. pic.twitter.com/QfVDB4C4UD
— Vivid.🇮🇱 (@VividProwess) March 28, 2025
“O governo brasileiro condena os bombardeios israelenses realizados ontem, dia 28, em Beirute e no sul do Líbano”, afirmou o Itamaraty. “Assim como o lançamento de foguetes a partir do Líbano contra o território israelense, ambos em violação ao acordo de cessar-fogo de 26 de novembro.”
O MRE ainda disse expressar “forte preocupação com essa recente escalada de violência e com as violações sistemáticas do cessar-fogo”.
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“O Brasil conclama as partes envolvidas a exercer máxima contenção e a cumprir, integralmente, os termos do referido acordo e as obrigações previstas na Resolução 1.701 do Conselho de Segurança”, prosseguiu o governo federal. “Incluindo a plena retirada das tropas israelenses do Sul do Líbano.”
Assim como em comunicados anteriores, o governo Lula critica apenas Israel. Não há nenhuma menção ao Hezbollah ou ao Hamas.
Grupo terrorista com base na Faixa de Gaza, o Hamas é o responsável pela deflagração da guerra. Em 7 de outubro de 2023, terroristas invadiram o sul israelense. Mais de mil civis foram mortos e centenas de pessoas foram sequestradas. Até hoje, o Hamas mantém reféns no território palestino.
Lula critica plano de Trump para cessar guerra entre Israel e Faixa de Gaza
No mês passado, Lula criticou o plano anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o comando da Faixa de Gaza. Para o petista, a estratégia é “praticamente incompreensível”.
“Os Estados Unidos participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza”, disse Lula, em entrevista a rádios de Minas Gerais. “Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘Nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza.’ E os palestinos vão para onde, onde vão viver? Qual o país deles?”
Lula voltou a falar que as ações do Exército de Israel configuram um “genocídio” na Faixa de Gaza. “Sinceramente, não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 5, que o plano anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o comando da Faixa de Gaza é “praticamente incompreensível”. A declaração foi dada durante entrevista a rádios de Minas Gerais. pic.twitter.com/wnl4ZC4KQj
— Revista Oeste (@revistaoeste) February 6, 2025
“Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, prosseguiu presidente brasileiro, que é considerado persona non grata pelo governo israelense. “O que eles precisam é ter uma reparação de tudo aquilo que foi destruído, para que possam reconstruir suas casas, hospitais, escolas, e viver dignamente com respeito.”
Ainda durante a entrevista a emissoras de rádio de Minas Gerais, Lula defendeu a criação do Estado Palestino, “igual o Estado de Israel” para “estabelecer uma política de convivência harmônica, porque é disso que o mundo precisa”.