A mais recente pesquisa realizada pelo Instituto Opinião, divulgada nesta segunda-feira, 14, apurou comparações da gestão Lula com o governo anterior. Para 41,5% dos entrevistados, o governo petista está pior do que o de Jair Bolsonaro, enquanto 35,7% avaliam que está melhor.
No Nordeste, 41,7% ainda consideram a gestão atual superior à anterior. Em todas as demais regiões, prevalece a impressão de que o governo piorou.
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“Essa comparação direta com Bolsonaro é um termômetro importante”, diz Arilton Freres, sociólogo e diretor do Instituto Opinião. “Ela mostra que Lula ainda não conseguiu consolidar uma percepção clara de mudança positiva, especialmente fora do Nordeste.”
As entrevistas foram feitas por telefone, entre 9 e 11 de abril. Quanto à avaliação geral do governo Lula, 42,1% dos brasileiros consideram “ruim” ou “péssimo”. De acordo com o levantamento, 29,8% classificam como “regular”, enquanto 27,8% dos entrevistados consideram a gestão petista “ótima” ou “boa”.
A rejeição é especialmente forte nas regiões Sul e Sudeste, onde mais de 44% dos entrevistados exibiram insatisfação com o governo. No Nordeste, tradicional reduto de apoio petista, a balança ficou mais equilibrada, com 33,4% de reprovação e 32,6% de aprovação.


Reprovação no Nordeste se aproxima da aprovação
A aprovação da forma como Lula administra o país segue o mesmo padrão de divisão: a maioria, em 53,6%, reprova, enquanto 44,6% dos entrevistados aprovam. Regionalmente, o Nordeste novamente apresenta os índices mais altos de aprovação, com 54,7%.
Por perfil, os jovens de 16 a 24 anos (52,9%) e as mulheres (50,3%) tendem a aprovar a gestão. Já os homens (60,9%) e pessoas com renda acima de cinco salários mínimos (62,3%) são mais críticos.
“A rejeição entre os mais ricos e entre os evangélicos é muito significativa”, avalia Freres. “Mas é preciso observar que o governo mantém apoio entre os mais jovens e os que ganham até dois salários mínimos.”


Em relação à imagem pública do petista, a avaliação negativa prevalece: 47,9% consideram sua imagem “mais negativa”, contra 30,5% que a veem de forma positiva. A percepção negativa é mais intensa entre os homens (54,1%), principalmente os mais escolarizados (52,7%).
“Existe um desgaste evidente da figura do presidente entre parcelas mais críticas e informadas da população, o que exige um esforço renovado de comunicação institucional”, avalia o presidente do instituto.
População aprova medidas pontuais do governo Lula
Apesar da avaliação geral negativa, algumas medidas específicas do governo federal contam com aprovação significativa. O programa Celular Seguro, que permite o bloqueio remoto de aparelhos roubados, foi aprovado por 80,3% dos entrevistados. Já a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil teve 76,2% de aprovação.


O Crédito do Trabalhador, que oferece empréstimo a trabalhadores com carteira assinada, teve avaliação mais dividida. Um terço dos entrevistados (33%) aprova a iniciativa, enquanto 32% reprova.
No entanto, a chamada Lei da Reciprocidade, que propõe tarifas equivalentes às aplicadas pelos Estados Unidos, retoma a tendência de reprovação expressiva. A medida tem rejeição de 41,5% e aprovação firme de apenas 35,7%.
Com margem de erro de dois pontos porcentuais e 95% de nível de confiança, a pesquisa do Instituto Opinião entrevistou 2 mil pessoas com mais de 16 anos, de todas as regiões do país. No decorrer de 2025 serão realizadas mais duas pesquisas, a serem divulgadas nos meses de agosto e dezembro.