O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que considera positivo o diálogo com o governo dos Estados Unidos sobre tarifas comerciais. A declaração foi feita após uma videoconferência, nesta quinta-feira (6/3), com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.
O encontro ocorreu em meio ao aumento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, impulsionadas pelas recentes medidas tarifárias do presidente Donald Trump. Entre os produtos que podem ser afetados estão aço, alumínio, madeira e etanol.
Na conversa, Alckmin destacou a importância da relação comercial entre os dois países, que movimenta cerca de US$ 80 bilhões, com um superávit de US$ 200 milhões para os americanos. O vice-presidente ressaltou ainda que oito dos dez principais produtos importados pelo Brasil para os EUA já possuem tarifa zero e que a média ponderada das tarifas efetivamente recolhidas é de 2,73%, abaixo do que indicam as tarifas nominais.
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O vice-presidente também lembrou que o Brasil responde pelo sétimo maior superávit comercial de bens dos Estados Unidos e que, ao incluir serviços, esse superávit ultrapassa US$ 25 bilhões. Para ele, a melhor estratégia é fortalecer a complementaridade econômica entre os países, garantir maior reciprocidade e manter boas práticas comerciais.



O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
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Alckmin divulgou medidas do governo para conter a inflação
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
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A posição do governo brasileiro tem sido evitar confrontos públicos e apostar na diplomacia para tratar das medidas adotadas pelo governo norte-americano. Em fevereiro, Trump oficializou uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio, afetando diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos para os EUA. O setor de madeira, que tem 42,4% das exportações destinadas ao mercado americano, também pode ser impactado.
Outra preocupação é o etanol. Atualmente, o Brasil taxa o etanol americano em 18%, enquanto os EUA cobram 2,5% do combustível brasileiro. Com a política de “tarifas recíprocas” defendida por Trump, há risco de um aumento nessa taxação.
Alckmin avalia que o diálogo é o melhor caminho para alcançar um entendimento sobre as políticas tarifárias e garantir que as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuem equilibradas e benéficas para ambos os lados.