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Trump foi presidente que menos deportou brasileiros por ano desde 2001

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o mandatário que menos deportou imigrantes brasileiros sem documentação legal no país desde 2001. A média anual de deportações do primeiro governo de Trump (2007 a 2021) foi de 2.137 pessoas.

Os dados levantados pelo Metrópoles são do Escritório de Estatísticas de Segurança Interna (OHSS, na sigla em inglês). Os números referentes aos dois últimos anos da gestão do democrata Joe Biden não estão disponíveis, portanto, o período analisado é de 2001 a 2022. A reportagem questionou o OHSS sobre a falta dos números, mas não houve resposta.

Veja a média de deportações anuais por presidente:

 

O segundo presidente com menor média de deportação de brasileiros é Joe Biden. A média de deportações de 2021 e 2022 foi de 2.236. O número não difere muito do verificado na gestão de Trump, assim como na de Barack Obama.


O que está acontecendo

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou em prática o discurso de realizar “deportações em massa”. Ele lançou uma ofensiva contra direitos de imigrantes e ações para aumento das prisões de quem não tem documentação de permanência;
  • Um voo vindo dos Estados Unidos com 88 brasileiros deportados virou notícia pelo tratamento dado aos brasileiros. Houve queixas de maus-tratos e até agressões;
  • A situação levou a um pedido de explicações por parte do governo brasileiro às autoridades norte-americanas. Agora, os dois países tentam chegar a um termo sobre os protocolos das deportações.

Nos oito anos de Obama na Casa Branca (2009 a 2016), houve média anual de 2.241 deportações de brasileiros. O recordista na retirada de estrangeiros sem documentação adequada foi o republicano George W. Bush, que ficou no governo de 2001 a 2008. No período, a média de devolvidos ao Brasil foi de 4.306.

O ano com o maior número de deportações foi 2005, quando houve 7.097 brasileiros retirados dos EUA. Já o ano com menor quantidade de remoções de brasileiros indocumentados foi 2014, com 996 deportados sob a presidência de Obama.

O Metrópoles também analisou os dados em relação à situação criminal dos deportados brasileiros. De 2001 a 2022, o total de brasileiros deportados dos EUA foi de 65.395. Destes, 12.820 tinham cometido algum tipo de crime, conforme as autoridades estadunidenses. A parcela corresponde a 19,6%, do total.

Veja as deportações de brasileiros por ano:

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Deportados para todos os países

Considerando as deportações para todos os países, no período de 2001 a 2022, foram feitas 6,46 milhões de retiradas de pessoas sem documento de permanência dos EUA.

Entre os governos, Obama teve a maior média de remoções anual: 382,8 mil. Na sequência, aparecem Trump (299 mil), Bush (251,4 mil) e Biden (97,2 mil).

A doutora em direito internacional pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Elaini Cristina Gonzaga da Silva contextualiza que o número de deportações no governo de Obama tem relação com uma mudança na classificação das medidas.

“Até o governo Obama, em geral, os números não incluíam os retornos forçados, mas considerados voluntários (pessoas que se apresentam para deportação), e a partir dele começou a incluir”, explica Silva.

A especialista avalia que os governos dos democratas Obama e Biden tinham foco em deportações de pessoas que tivessem cometido crimes, diferente do que aconteceu sob Trump.

“Esta falta de foco do governo Trump, por sua vez, gerou um aumento de processos administrativos para os quais a burocracia do próprio governo não estava preparada, tendo como consequência uma sobrecarga do sistema, o que gerou atraso nas próprias deportações”, disse ao Metrópoles.

Olhando mais adiante, a doutora em direito internacional acredita que, diferente do que pensa parte dos norte-americanos, os salários e a oferta de trabalho não vão aumentar.

“Exemplos históricos demonstram que provavelmente ocorrerá o contrário: haverá uma diminuição da renda, porque os empregadores não pagarão a mais pelos mesmos serviços. Isso se explica porque grande parte dos imigrantes que estão em situação irregular desempenham os trabalhos que os próprios nacionais não querem ocupar, seja pelo status ou pela remuneração”, considera Silva.

Por fim, as ações contra imigrantes, no entendimento da especialista, podem levar a problemas logísticos e orçamentários para o governo norte-americano, considerando os custos das ações.

Problema ganhou repercussão

As deportações de brasileiros dominaram o noticiário nacional após o primeiro voo vindo dos Estados Unidos desde que Trump retornou à Casa Branca. Os deportados afirmaram ter sido vítimas de agressões e condições degradantes.

Quando o voo fez uma escala em Manaus, na última sexta-feira (24/1), antes de chegar ao destino planejado, Belo Horizonte, a saída dos brasileiros da aeronave ainda algemados deu início a um questionamento brasileiro sobre o procedimento.

Embora o voo tenha sido o primeiro desta gestão Trump, os brasileiros haviam sido recolhidos sob a presidência de Biden. Desde os primeiros dias do governo, iniciado no último dia 20, o republicano tomou uma série de medidas contra a imigração.

Um dos últimos atos foi o estabelecimento de uma meta diária de 75 prisões para cada agente. O número de prisões de pessoas sem documentação de permanência têm aumentado nos EUA. O último dado divulgado na quarta-feira (29/1) pela polícia de imigração (ICE, na sigla em inglês) aponta que houve 1.016 prisões na terça.

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