Neste domingo, 25, a Venezuela voltará às urnas menos de um ano depois de uma eleição presidencial repleta de fraudes.
A nova disputa definirá os governadores dos 24 Estados, os 285 deputados federais e os legisladores estaduais.
Eleição na Venezuela para governador de Essequibo
A disputa inclui, pela primeira vez, a eleição do governador da região de Essequibo — território controlado pela Guiana, mas reivindicado pela Venezuela.
Diante da previsão de abstenção em massa, o Partido Socialista Unido da Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, deve vencer com ampla vantagem. A líder opositora María Corina Machado convocou a população a boicotar a eleição. Segundo ela, votar serviria apenas para “legitimar uma ditadura mascarada de democracia”.
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Enquanto a oposição abandonou a disputa, Maduro intensificou a campanha nas ruas. O ditador tenta eleger o próprio filho, Nicolás Maduro Guerra, como deputado em Caracas.
Baixo quórum para votar
Uma pesquisa da empresa venezuelana Delphos, feita entre 29 de abril e 4 de maio, apontou que apenas 15,9% dos eleitores têm alta probabilidade de comparecer às urnas. Desses, 74,2% pretendem votar nos candidatos do PSUV. Outros 13,8% apoiarão partidos oposicionistas que rejeitaram o boicote sugerido por Machado.
Chavismo avança mesmo com suspeita de fraudes
Esta será a primeira eleição desde a disputa presidencial de julho de 2024, marcada por denúncias de fraude. Maduro se declarou vencedor, embora contagens paralelas e relatórios independentes tenham indicado vitória da oposição.

Esta será a primeira eleição desde a disputa presidencial de julho de 2024, marcada por denúncias de fraude. Maduro se declarou vencedor, embora contagens paralelas e relatórios independentes tenham indicado vitória da oposição.
Eleitorado sem confiança
A descrença predomina entre os eleitores. “Perdemos a confiança no voto. Em 28 de julho zombaram da gente”, disse Carmen Medina, vendedora de bijuterias em Caracas, à agência Associated Press. “Não pretendo votar.”
Para o sociólogo Roberto Briceño, diretor do Laboratório de Ciências Sociais, muitos venezuelanos deixaram de ver o voto como ferramenta de mudança. “As pessoas vivem com uma tristeza persistente. Sentem que fizeram a sua parte e não adiantou”, afirmou.
Leia também: “A farsa da Venezuela”, reportagem publicada na Edição 228 da Revista Oeste