O vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo) lançou, nesta segunda-feira, 14, um abaixo-assinado contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo do parlamentar é declarar o magistrado “persona non grata” na capital paranaense. Além disso, o político quer cassar o título de Cidadão Honorário de Curitiba, concedido ao juiz em 2002.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Kilter tomou a decisão depois de Gilmar Mendes afirmar que está orgulhoso do processo de “desmanche da Lava Jato”. O ministro classificou a operação como uma “organização criminosa”. O magistrado deu essa declaração no último sábado, 12, durante o evento Brazil Conference, realizado nos Estados Unidos.

De acordo com Kilter, as declarações do magistrado foram ofensivas às instituições locais da cidade. Por esse motivo, ele protocolou um projeto de lei, no último sábado, 12, cujo objetivo é retirar a honraria do ministro.
O vereador do Novo justificou a medida ao afirmar que Gilmar:
- falou que Curitiba tem o “germe do fascismo”;
- disse que Curitiba é “mal-afamada” pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR);
- chamou a Lava Jato de “organização criminosa”;
- anulou todas as condenações de José Dirceu;
- soltou a mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral;
- blindou o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) de uma investigação por desvio de dinheiro; e
- votou pela anulação da condenação de Marcelo Odebrecht e pelo fim da prisão em 2ª instância.
Enquanto a Lava Jato, segundo Kilter:
- recuperou R$ 25 bilhões desviados;
- prendeu 558 corruptos; e
- colocou fim à impunidade de Lula, Dirceu, Marcelo Odebrecht, Eduardo Cunha e Cabral.
As críticas de Gilmar Mendes à Lava Jato
Essa não foi a primeira declaração de Gilmar contra a Lava Jato. Em maio do ano passado, o magistrado afirmou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, que “Curitiba gerou Bolsonaro e o fascismo”. As palavras foram interpretadas como um ataque à cidade e seus esforços anticorrupção.


Kilter afirma que, embora Gilmar tenha direito à livre expressão, as críticas sistemáticas mancham a reputação de Curitiba. De acordo com o vereador, “manter o título honorário seria incompatível com a homenagem, que deve honrar contribuições positivas à cidade”.